Por Agência EFE
O governo da Nicarágua considerou ontem (15) como “inaceitável” aceitar a presença de um grupo de trabalho da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a repressão à revolta popular enfrentada pelo país, a mais sangrenta desde a década de 1980.
O posicionamento foi divulgado em comunicado, no qual o governo da Nicarágua acusa a OEA de ser intervencionista e os Estados Unidos de estarem por trás da criação do grupo de trabalho.
“O governo de reconciliação declara que os integrantes dessa comissão, formada e dirigida pelos Estados Unidos em seu afã de seguir interferindo nos assuntos internos da Nicarágua a partir da OEA, não são bem-vindos no nosso país. Portanto, eles não serão recebidos no solo pátrio”, disse o chanceler da Nicarágua, Denis Moncada.
Segundo o governo da Nicarágua, a declaração está em conformidade com as políticas de segurança soberana, dignidade nacional e de exigência de respeito às decisões do Executivo local.
A criação do grupo de trabalho, que busca apoiar o diálogo e contribuir para solucionar a crise no país, foi aprovada no último dia 2 de agosto por meio de uma resolução aprovada por 20 dos 34 países que são membros da OEA.
O grupo é composto por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Estados Unidos, Guiana, México, Panamá e Peru.
A Nicarágua está passando por conflitos desde o dia 18 de abril. A repressão a protestos contra o presidente do país, Daniel Ortega, já deixou 448 mortos, mas o governo contesta os números e afirma que os confrontos provocaram 198 vítimas mortais.
As manifestações começaram após uma fracassada tentativa de aprovar uma reforma da previdência e passaram a pedir a renúncia do presidente, acusado de abuso de poder e corrupção.