O regime da Nicarágua declarou nesta quinta-feira que espera que o Tratado de Livre-Comércio (TLC) assinado com a China marque um antes e um depois para o povo do país centro-americano.
“A assinatura do Tratado de Livre-Comércio entre Nicarágua e China marcará um antes e um depois para o povo nicaraguense. Abre as portas para um enorme mercado e nos permitirá estabelecer ligações com as empresas e empresários deste país irmão”, declarou Laureano Ortega Murillo, filho do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, em alusão ao acordo.
A China confirmou a formalização da assinatura do acordo de livre-comércio com a Nicarágua em cerimônia virtual realizada nesta quinta-feira. A Nicarágua esteve representada por Ortega Murillo, que é assessor “presidencial” para a promoção do investimento, do comércio e da cooperação internacional; pelo ministro da Fazenda e do Crédito, Iván Acosta, e pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Jesús Bermúdez.
“Estamos convictos de que este TLC irá gerar benefícios econômicos e sociais para as famílias nicaraguenses, novos investimentos, a criação de mais empregos, a transferência de tecnologia da China para a Nicarágua”, acrescentou o filho do ditador nicaraguense.
O mandatário previu que este acordo comercial “proporcionará a oportunidade de uma maior presença chinesa na Nicarágua” e que “a Nicarágua deve ser considerada pela China como uma plataforma comercial para toda a região da América Central”.
Além disso, destacou que as relações entre os dois países se baseiam no respeito mútuo e no reconhecimento como aliados e parceiros estratégicos, o que explica, segundo ele, o fato de as negociações do TLC terem sido concluídas em apenas um ano.
“Os dois governos e os dois povos reconheceram a importância de reforçar as trocas comerciais como parte fundamental da consolidação dos laços de cooperação e de amizade.
Ortega Murillo e o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, assinaram o documento após um ano de negociações. Veículos de comunicação oficiais e sandinistas da Nicarágua começaram a promover os produtos e as empresas chinesas como “bons, bonitos e baratos”.
Em maio deste ano, entrou em vigor um Acordo de Colheita Antecipada assinado em julho de 2022 entre Manágua e Pequim, que isenta de taxas aduaneiras produtos nicaraguenses como a carne de vaca, peixe e marisco, e alguns têxteis, entre outros.
De acordo com dados oficiais, o comércio entre China e Nicarágua ascendeu a US$ 760 milhões no ano passado.
China e Nicarágua retomaram as relações diplomáticas em dezembro de 2021, depois de o país centro-americano ter cortado os laços oficiais com Taiwan. As partes esperam que o acordo entre em vigor no início do próximo ano.
Edição: Renato Pernambucano
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