Nicarágua concede nacionalidade ao filho da terrorista palestina Leila Khaled

Por efe e renato pernambucano
05/08/2024 20:12 Atualizado: 06/08/2024 12:43

O regime da Nicarágua concedeu nesta segunda-feira (5) nacionalização a Bader Fayez Rashid Helal, filho da terrorista palestina Leila Khaled, membro da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), que entre 1969 e 1970 dirigiu o sequestro de dois aviões.

O regime liderado por Daniel Ortega, através do Ministério do Interior, decidiu “conceder a nacionalidade nicaraguense na qualidade de naturalizado” a Rashid Helal, sob o argumento de que ele cumpriu “os requisitos e formalidades estabelecidas na Constituição Política da República da Nicarágua” para adquiri-la.

Helal, médico de profissão, é residente permanente na Nicarágua de forma contínua e ininterrupta há quatro anos, e manifestou expressamente sua vontade de adquirir a nacionalidade nicaraguense.

Além disso, o Ministério do Interior explicou, através de uma certificação publicada no Diário Oficial La Gaceta, que “conceder a nacionalidade nicaraguense é um ato soberano do Estado da Nicarágua”.

Rashid Helal, originário da República Árabe Síria, de nacionalidade jordaniana, nasceu em 5 de dezembro de 1982 em Damasco.

O regime de Ortega também concedeu a nacionalidade nicaraguense ao cidadão de origem líbia Ahmed Omar Alhadi Hemmali, nascido em 1º de agosto de 1965, em Trípoli.

Sua mãe, Leila Khaled, foi uma das convidadas especiais para a celebração do 45º aniversário da revolução sandinista, no último dia 19 de julho.

Quem é Leila Khaled

Khaled se uniu ao Movimento Nacionalista Árabe e se envolveu com ativismo político desde a juventude. Ela frequentou a Universidade Americana de Beirute, onde ajudou a organizar manifestações em apoio à libertação da Palestina.

Após concluir seus estudos, Khaled se juntou à Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), uma organização marxista violenta.

No Kuwait, Khaled organizou uma célula da FPLP, ajudando a disseminar propaganda revolucionária e trabalhou em projetos para apoiar financeiramente a FPLP.

Logo, Khaled se juntou a uma unidade de operações especiais do grupo e e recebeu treinamento especializado para participar de operações militares. Isso ocorreu após a decisão da FPLP e outros grupos sob a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) de se envolver em luta armada contra o Estado de Israel.

Após uma série de sequestros de aviões comerciais para exigir a libertação de presos palestinos, Khaled passou por uma cirurgia plástica para ocultar sua identidade e participar de futuras operações militares de alta complexidade.

Ela tentou o sequestro de um jato israelense da El Al que viajava de Amsterdã. Durante esse sequestro, devido à presença de guardas armados na aeronave, o terrorista Patrick Arguello – um comunista da Nicarágua – foi morto. Khaled foi capturada e entregue a autoridades britânicas.

Pouco tempo depois, ela foi libertada em troca de reféns ocidentais mantidos pela FPLP.

Como refugiada, Khaled pertence ao Politburo da FPLP, é membro do Conselho Nacional Palestino e é responsável pelo departamento de refugiados e pelo direito ao retorno.