New York Times admite não existir evidência de conluio entre Trump e Rússia

Documento revela que FBI usou um tipo secreto de intimação para espionar a campanha de Trump

18/05/2018 11:58 Atualizado: 18/05/2018 11:58

Por Jasper Fakkert, Epoch Times

O jornal New York Times admitiu num artigo altamente malicioso que depois de mais de um ano de investigação ainda não existe evidência pública de que o presidente norte-americano Donald Trump tenha colaborado com a Rússia para vencer a eleição presidencial de 2016.

O artigo, com o título “Codinome Furacão Fogo Cruzado: as origens secretas da investigação sobre Trump”, vem antes da divulgação de um relatório do inspetor-geral do Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) sobre o como o Departamento Federal de Investigação (FBI) conduziu as investigações sobre Hillary Clinton e a campanha de Trump, e tem a intenção de agir como um controle de danos e para definir a narrativa antes do lançamento do relatório.

O artigo baseia-se fortemente em redundâncias na tentativa de pintar o retrato de um FBI responsável, que manteve a investigação em segredo, de modo a não prejudicar o processo eleitoral.

Reportagens anteriores do New York Times sobre o suposto conluio, incluindo um artigo publicado em 15 de fevereiro de 2017, foram desacreditadas pelo ex-diretor do FBI, James Comey, sob juramento diante do Congresso, como sendo quase totalmente errado.

Mas, apesar dos artifícios do NYT, inadvertidamente ele revela algumas informações importantes.

Uma delas é a admissão de que não existe evidência pública de conluio. Por mais de um ano e meio, o New York Times, juntamente com inúmeras outras publicações, promoveu a narrativa que Trump conspirou com o Kremlin para ganhar a eleição.

Como o Epoch Times apontou repetidamente, não existe evidência de conluio. Pelo contrário, os funcionários envolvidos na investigação, como o ex-diretor de inteligência nacional (DNI), James Clapper, afirmaram publicamente que suas investigações não encontraram qualquer evidência de conluio, registrado sob juramento perante o Congresso.

“Um ano e meio depois, nenhuma evidência pública surgiu ligando os conselheiros de Trump ao hacking [russo] ou ligando o próprio Trump aos esforços disruptivos do governo russo”, informou o artigo do NYT de 16 de maio.

Outra grande revelação no artigo é que os agentes do FBI envolvidos na investigação usaram documentos de segurança nacional para espionar a campanha de Trump.

Trump sugeriu pela primeira vez que ele foi espionado pela gestão Obama numa mensagem de Twitter em março de 2017, após a qual ele foi ridicularizado por vários políticos e organizações de mídia, incluindo o New York Times.

No entanto, uma investigação do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes revelou em fevereiro deste ano que o FBI havia obtido um mandado baseado na Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) contra um voluntário da campanha presidencial de Trump, Carter Page. Segundo a chamada regra dos dois níveis, o mandado poderia ter sido estendido a outros membros da campanha de Trump, incluindo o próprio candidato Trump.

Um gráfico que mostra a rede de conexões para prevenir Trump de se tornar presidente e deslegitimá-lo uma vez que ele estivesse no cargo. Para ver a imagem ampliada, clique aqui (The Epoch Times)
Um gráfico que mostra a rede de conexões para prevenir Trump de se tornar presidente e deslegitimá-lo uma vez que ele estivesse no cargo. Para ver a imagem ampliada, clique aqui (The Epoch Times)

O mandado da FISA não foi obtido até outubro de 2016. A revelação de que o FBI usou documentos de segurança nacional para espionar a campanha de Trump, potencialmente em julho de 2016, levanta sérias preocupações.

As informações obtidas ao espionar a campanha de Trump poderiam ter sido compartilhadas com outros funcionários da gestão Obama e usadas para fins políticos. Simultaneamente ao mandado da FISA e aos esforços de espionagem do próprio FBI, importantes autoridades sob Obama, incluindo a conselheira de segurança nacional Susan Rice e a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, fizeram centenas dos chamados pedidos de desmascaramento para revelar as identidades de membros da campanha de Trump em relatórios de inteligência.

A autoridade que assinou o mandado inicial da FISA foi a vice-procuradora-geral Sally Yates, que foi simultaneamente mantida informada sobre a investigação secreta do FBI.

Yates também participou de uma reunião secreta no Salão Oval da Casa Branca em janeiro de 2017 com o então presidente Barack Obama, o vice-presidente Joe Biden, o diretor do FBI James Comey e a conselheira de segurança nacional Susan Rice. Um e-mail que Rice escreveu para si mesma detalhando a reunião revela que eles discutiram limitar o acesso do presidente Trump a certas informações confidenciais.

Numa carta enviada a Rice em 12 de fevereiro de 2018, o presidente do Comitê Judiciário do Senado, Chuck Grassley (R-Iowa), e o presidente do Subcomitê Judiciário do Senado sobre Crime e Terrorismo, Lindsey Graham (R-S.C.), pediram a Rice que respondesse uma série de perguntas sobre esse e-mail.

“Parece-nos estranho que, entre suas atividades nos momentos finais do último dia da gestão Obama, você sentisse a necessidade de enviar para si mesma um e-mail tão incomum que pretende documentar uma conversa envolvendo o presidente Obama e suas interações com o FBI em relação à investigação Trump/Rússia”, diz a carta.

“Além disso, apesar de sua afirmação de que o presidente Obama disse repetidamente ao Sr. Comey para prosseguir ‘conforme as regras’, surgiram questões substanciais sobre se as autoridades do FBI, bem como do Departamento de Justiça e do Departamento de Estado, realmente procederam ‘conforme as regras’.”

Mensagens de texto entre o principal agente do FBI no caso Trump, Peter Strzok, e a conselheira do então vice-diretor do FBI Andrew McCabe, Lisa Page, também revelaram o envolvimento da Casa Branca na investigação do FBI.

Numa mensagem de texto em 2 de setembro de 2016, Page escreveu a Strzok que “o potus quer saber tudo o que estamos fazendo”. POTUS é um acrônimo para o presidente dos Estados Unidos, que na época era Barack Obama.

Um mês antes, em 5 de agosto de 2016, Strzok escreveu para Page, dizendo a ela que um funcionário, cujo nome foi riscado nas mensagens de texto divulgadas pelo DOJ, disse que “a Casa Branca está comandando isso”, referindo-se à investigação sobre Trump.

Na época da reunião no Salão Oval, a investigação do FBI era a única investigação aberta sobre o suposto conluio russo na eleição presidencial de 2016. No início daquele mês, em 6 de janeiro, o diretor de inteligência nacional James Clapper havia divulgado o relatório conjunto da agência de inteligência que não incluía qualquer evidência de conluio entre Trump e a Rússia.

Logo após a reunião, depois que Trump foi empossado no cargo, a investigação do FBI se tornou o ponto focal do movimento de resistência e oposição contra Trump. Vazamentos seletivos, assim como reportagens falsas – uma quantidade esmagadora de reportagens na imprensa alegando que Trump tinha colaborado com a Rússia – foram usados ​​para confundir o público, além de provocar ressentimento e raiva. Além disso, os principais políticos e porta-vozes democratas começaram a sugerir o impeachment de Trump baseados nesses fundamentos.

Organizações de mídia começaram a lançar as sementes da narrativa de conluio com a Rússia em 2016. A Fusion GPS – a empresa por trás do chamado “dossiê Trump”, que desempenhou um papel crucial na investigação do FBI, bem como na requisição do mandado da FISA – forneceu a jornalistas, incluindo aqueles do New York Times, do Washington Post e da CNN, instruções secretas sobre as alegações infundadas.

Documentos judiciais arquivados pelo Comitê de Inteligência da Câmara em novembro do ano passado também revelaram que a Fusion GPS fez pagamentos para um número seleto de jornalistas que cobriam assuntos relacionados à Rússia.

Além disso, a Fusion GPS foi contratada e paga pelo Comitê Nacional Democrata (DNC) e pela campanha presidencial de Hillary Clinton para produzir o dossiê, enquanto simultaneamente recebia dinheiro da Rússia.