Por Agência EFE
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, do partido direitista Likud, iniciou neste domingo (21) negociações para formar o governo, após ser designado na quarta-feira pelo presidente, Reuven Rivlin, como candidato para montar o Executivo, já que sua formação obteve 35 cadeiras no Parlamento nas eleições de 9 de abril.
O porta-voz do Likud informou à Agência EFE que uma equipe negociadora liderada pelo ministro de Turismo, Yariv Levin, se reuniu nesta manhã com o grupo direitista Israel O nosso Lar, do ex-ministro de Defesa Avigdor Lieberman, cujos dirigentes apresentaram suas reivindicações e ambas as partes acordaram se encontrar de novo em breve.
“Israel O nosso Lar é um partido com uma agenda clara em vários assuntos: segurança, imigração e absorção, religião e Estado”, declarou ontem Lieberman em sua conta do Twitter, na qual advertiu que o partido “não renunciará aos princípios básicos” para entrar em uma coalizão governamental.
A lei de recrutamento militar, que já passou para primeira leitura no Parlamento e estabelece a inclusão dos judeus ortodoxos ao serviço militar, é o principal cavalo de batalha de Lieberman.
Depois de obter cinco cadeiras no pleito e transformar seu partido em chave para formar o governo, Lieberman deixou claro que a sua condição para se somar ao novo Executivo é a aprovação desta legislação, à qual se opõe outro parceiro potencial de Netanyahu, o grupo ortodoxo Judaísmo Unido pela Torá (JUT).
O Likud se reunirá quando acabar a festividade de Pessach (Páscoa judia), celebrada nesta semana em Israel, com os ortodoxos do JUT e do Shas, com oito cadeiras cada um.
O partido do primeiro-ministro também iniciará contatos após o fim da celebração religiosa com a lista União de Partidos de Direita, que conseguiu cinco assentos no pleito e mantém pedidos ambiciosos para se integrar na coalizão governamental, segundo informou o digital local “Times of Israel”.
“A nossa demanda foi e continua sendo (a obtenção de) os ministérios de Justiça e Educação”, declarou hoje à emissora pública “Kan” um de seus líderes, o deputado Bezalel Smotrich.
Outra formação que aguarda com expectativa é a Kulanu, liderada pelo ministro de Finanças, Moshe Kahlon, que viu reduzida sua representação parlamentar de dez para quatro cadeiras, mas que nos próximos dias, quando se reunir com Netanyahu, reivindicará manter a titularidade de Assuntos Financeiros e a pasta de Economia, segundo apontou o jornal “Yedioth Ahronoth”.
Netanyahu necessita de uma maioria mínima de 61 assentos em uma câmara de 120 para formar o Executivo e, com um apoio de 65 cadeiras do bloco de partidos de direita, tem um prazo total de 28 dias para conseguir a configuração de governo desde que na quarta-feira aceitou a incumbência.