O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo que seu governo “não aceitará qualquer acordo, nem qualquer preço”, sobre uma trégua na Faixa de Gaza, já que é esperado que as partes respondam nas próximas horas a uma proposta de acordo intermediada por Catar e Egito.
“Muitas coisas são ditas na imprensa como se concordássemos com elas, como a libertação de terroristas, mas nós simplesmente não as aceitaremos”, reiterou no início de uma reunião do gabinete em Tel Aviv.
As últimas informações sobre as negociações em andamento, de acordo com fontes libanesas, falam da libertação dos 136 reféns mantidos pelo Hamas, alguns deles já mortos, por um período de 142 dias em troca da libertação de mais de 100 prisioneiros palestinos por refém.
No entanto, o grupo terrorista islâmico está exigindo como ponto de partida um compromisso israelense de concordar com um cessar-fogo permanente para encerrar a guerra, algo que Israel não está disposto a aceitar porque seu objetivo é “desmantelar o Hamas”.
Na quinta-feira passada, os mediadores entregaram ao Hamas um esboço de acordo – que já contava com a aprovação dos Estados Unidos e de Israel – que o grupo terrorista aceitou de forma preliminar, embora ainda falte finalizar algumas questões.
Fontes do Hamas disseram à Agência EFE que o grupo terrorista islâmico apresentou uma proposta mais definida e aguarda uma resposta de Israel, embora tenham deixado claro que o ponto principal é o fim das hostilidades.
A previsão é que o gabinete de guerra de Israel se reúna nesta noite para discutir uma contraproposta mais detalhada apresentada pelo Hamas.
Netanyahu também advertiu que não precisa de ajuda para “saber como lidar com as relações com os Estados Unidos e com a comunidade internacional”, mantendo “firmes” os interesses nacionais de Israel, e destacou que não interromperá a guerra até acabar com o Hamas.
O primeiro-ministro israelense reagiu dessa forma às declarações feitas pelo ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, que em uma entrevista ao “The Wall Street Journal” criticou o governo presidido por Joe Biden por promover a entrada de ajuda humanitária no enclave, o que, em sua opinião, “só ajuda o Hamas”.
“Há aqueles que dizem ‘sim’ para tudo quando você tem que dizer ‘não’. Eles são aplaudidos pela comunidade internacional, mas colocam em risco nossa segurança nacional. E há aqueles que dizem ‘não’ para tudo, recebem aplausos em casa, mas também colocam em risco os interesses vitais”, explicou Netanyahu, que enfrenta protestos no país em favor da libertação iminente dos 136 reféns.
“Gostaria de lhes dizer algo da minha experiência: o truque é saber como navegar, dizer ‘sim’ quando possível e dizer ‘não’ quando necessário”, acrescentou.
Netanyahu também opinou que a agência da ONU para refugiados palestinos “não é parte da solução, mas parte do problema”, e pediu a sua substituição.