O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (04) que está disposto a percorrer “um longo, longo caminho” nas negociações de um cessar-fogo com o Hamas, enquanto as famílias dos sequestrados na Faixa de Gaza e um número crescente de negociadores de alto escalão o pressionam para assinar um acordo.
Com essa mensagem, Netanyahu insiste na falsidade de uma reportagem do canal mais popular de Israel, o Keshet 12, segundo a qual o chefe do serviço secreto israelense Mossad, David Barnea, disse a ele que um acordo estava pronto para ser aceito e o acusou de atrasá-lo.
Barnea, à frente da equipe de negociação, supostamente acusou o primeiro-ministro de não aproveitar a superioridade de Israel após a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
“Essas notícias prejudicam as negociações e, infelizmente, jogam areia nos olhos das amadas famílias dos reféns”, disse o primeiro-ministro, na reunião semanal com o gabinete do governo neste domingo, a quem essas mesmas famílias exigem diariamente a assinatura de uma trégua na Faixa de Gaza que permita o retorno dos 111sequestrados ainda retidos pelo Hamas.
Netanyahu disse que é o Hamas que não aceita “os termos mais básicos” da proposta e que introduziu “dezenas” de emendas.
O mandatário repreende o grupo terrorista islâmico por três de suas posições: a recusa em permitir que “Israel volte à guerra” em vez de assinar um cessar-fogo permanente; a exigência de que o Exército se retire da passagem de Rafah e do corredor Filadélfia – a fronteira com o Egito; e a rejeição do Hamas à existência de um “mecanismo de controle” em Gaza que examinaria as pessoas deslocadas que retornam ao norte do enclave.
Os dois últimos pontos – permanecer na fronteira entre Gaza e Egito e registrar os palestinos que viajam para o norte – são as exigências que Israel defendeu na última reunião de sua delegação com os mediadores em Roma, na semana passada, e que provocaram uma troca de acusações entre Hamas e o governo de Netanyahu que persiste até hoje.
Antes da controvérsia, a imprensa israelense já havia noticiado o que foi apresentado em Roma como uma “proposta atualizada” pela delegação de Israel, fazendo alusão a essas exigências.