O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira que “não há esperança de paz entre Israel e os palestinos e entre Israel e os países árabes sem a erradicação do Hamas”, durante uma reunião em Jerusalém com o novo ministro das Relações Exteriores britânico, David Cameron.
“Continuaremos com nossos objetivos de guerra, ou seja, erradicar o Hamas”, enfatizou Netanyahu, chamando o grupo terrorista islâmico de “seita terrorista genocida”.
“Não há esperança de paz entre Israel e os palestinos, entre Israel e os estados árabes, se não erradicarmos esse movimento assassino que ameaça o futuro de todos nós”, acrescentou durante uma reunião com Cameron no Knesset, o Parlamento israelense.
O chanceler britânico, que assumiu o cargo na semana passada, expressou “solidariedade” a Israel em relação ao ataque do Hamas do dia 7 de outubro, que incluiu o disparo de milhares de foguetes e a infiltração de cerca de 3.000 milicianos que massacraram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram outras 240 em vilarejos israelenses próximos à Faixa de Gaza.
Desde aquele dia, Israel declarou guerra ao Hamas e realizou ataques incessantes por ar, terra e mar contra o enclave palestino, onde os números reais de mortos e feridos não podem ser apurados corretamente, devido às instituições que o fornecem serem controladas pelo Hamas.
Israel e Hamas devem iniciar um cessar-fogo de vários dias na sexta-feira, que incluirá a troca de reféns por palestinos mantidos em prisões israelenses.
“É importante que falemos sobre essa possível pausa humanitária. Acho que é uma oportunidade crucial para retirar os reféns e levar ajuda (humanitária) para Gaza”, disse Cameron.
Estima-se que entre as vítimas do ataque do Hamas estejam oito britânicos mortos e outros oito sequestrados.
“Esperamos conseguir retirar nossos reféns. Isso não vem sem desafios, mas temos que fazer isso”, comentou Netanyahu, enfatizando que seu país “continuará a batalha contra o Hamas”.
Netanyahu se reuniu horas antes em Jerusalém com o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e com o primeiro-ministro belga Alexander De Croo, a quem enviou mensagens no mesmo sentido e mostrou um vídeo do ataque do Hamas em solo israelense em 7 de outubro.
Cameron chegou a Israel nesta manhã para uma visita oficial que incluiu um passeio – juntamente com seu colega israelense, Eli Cohen – ao kibutz Beeri, uma das comunidades próximas à Faixa de Gaza mais afetadas pelo ataque do Hamas.
O ministro das Relações Exteriores britânico também se reuniu com o presidente israelense, Isaac Herzog, que descreveu o Hamas como “uma terrível máquina de guerra com uma ideologia jihadista, do tipo Estado Islâmico”.
“Se não fosse por Israel, a Europa seria a próxima”, enfatizou ao se reunir com Cameron.
O ministro britânico reiterou a Herzog que a trégua entre Israel e Hamas deve ser usada para fornecer ajuda aos civis palestinos na Faixa de Gaza e se comprometeu a fornecer suprimentos e logística.
“É de vital importância que demonstremos ao povo palestino, ao mundo, que podemos ajudá-los. Essas pessoas precisam de alimentos, precisam de água, precisam de medicamentos. Precisam de combustível, porque é essencial conseguir ajuda em Gaza para operar as usinas de dessalinização (de água) e garantir que os hospitais possam funcionar”, analisou.
Tanto o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, quanto o antecessor de Cameron, James Cleverly, visitaram Israel desde o início da guerra.
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