Por Charlotte Cuthbertson, Epoch Times
Enormes quantias de dinheiro estão fluindo diretamente para os cofres dos cartéis mexicanos e para as organizações de contrabando às custas dos imigrantes ilegais. E como o número de migrantes aumenta a cada mês, os lucros continuam chegando.
A Patrulha da Fronteira deteve cerca de 460 mil imigrantes ilegais durante os primeiros sete meses do ano fiscal de 2019.
A menor quantia de dinheiro que os imigrantes pagam aos contrabandistas é de US$ 1.500 por cabeça, o que eleva o total aproximado de US$ 690 milhões.
No entanto, esta é uma estimativa mínima: os imigrantes ilegais de alguns países, como a China, pagam até US$ 15 mil por cabeça.
Além disso, a cifra de 690 milhões não inclui aqueles que evitam a captura.
Somente no Vale do Rio Grande, no Texas, 25 mil imigrantes escaparam da captura nos primeiros cinco meses do ano fiscal de 2019, enquanto 103 mil foram capturados.
Se aplicarmos a proporção de 103 estrangeiros capturados por 25 que conseguem escapar, obtemos uma estimativa total de 88.500 fugas na fronteira sudoeste durante os primeiros sete meses. Se cada um deles pagou uma taxa básica de US$ 1.500, o valor é próximo de 133 milhões.
Assim, uma estimativa conservadora chegaria a US$ 823 milhões nos primeiros sete meses do ano fiscal de 2019.
A ex-secretária de segurança nacional Kirstjen Nielsen calcula que um milhão de imigrantes ilegais serão capturados no atual ano fiscal. Isso colocará a base da estimativa em US$ 1,8 bilhão, incluindo as fugas.
Acrescente-se a isso as drogas
Os benefícios que os cartéis estão obtendo com o tráfico de drogas provavelmente também estão aumentando. Como até 40% dos recursos da patrulha de fronteira são usados para controlar grandes grupos de pessoas, os cartéis de drogas estão ganhando um salvo conduto para suas operações ilícitas.
“Os contrabandistas escolhem estrategicamente a hora e o local para a travessia de grandes grupos de pessoas, a fim de interromper as atividades de segurança nas fronteiras, desviar a atenção do contrabando de narcóticos e permitir que adultos solteiros que fogem à captura tente se infiltrar”, disse o ex-comissário de patrulha da fronteira Kevin McAleenan em uma audiência no Senado em 6 de março. “Pior ainda, esses contrabandistas cometem terríveis atos de violência, agressão sexual e extorsão contra as pessoas mais vulneráveis do nosso hemisfério.”
A estação da Patrulha de Fronteira da cidade do Rio Grande é uma das nove estações do setor do Vale do Rio Grande, no sudeste do Texas. É a principal estação que fez a maioria das apreensões de narcóticos e a segunda em capturas de estrangeiros ilegais.
No entanto, apesar do fato de a estação ter apreendido 19 toneladas de narcóticos nos primeiros cinco meses deste ano fiscal, “nós nem sequer chegamos perto dos 10%”, disse Raúl Ortiz, ex-vice-diretor da Patrulha de Fronteira do setor do Vale do Rio Grande.
Isso significa que 171 toneladas de drogas chegaram à área da cidade do Rio Grande entre os postos de entrada na fronteira.
“Os cartéis estão começando a empurrar o tráfego [de imigrantes] para cá [onde] não há nada [senão] uma cidade pequena”, disse Ortiz. “E por que eles estão fazendo isso? Não é por causa da proximidade de uma comunidade. Não, é porque os cartéis estão usando isso como uma distração para nos deixar de mãos atadas e para que nossos agentes não consigam chegar ao contrabando de narcóticos ou imigrantes.”
#CBP officers at the Port of Nogales in AZ seized nearly $96K in unreported currency and almost $406K worth of heroin, fentanyl and meth in 2 separate incidents over the weekend. Details: https://t.co/nU9Ojz8V3g pic.twitter.com/gNm4ros4OI
— CBP (@CBP) May 16, 2019
Anthony Porvaznik, chefe da Patrulha da Fronteira de Yuma, Arizona, disse que seu setor está muito sobrecarregado com os grandes grupos de pessoas que vêm da América Central e ele calcula que entre 50 e 60% de seus recursos humanos não conseguem se concentrar segurança das fronteiras e em questões relacionadas com a segurança nacional.
“Se você observar quantas pessoas entram no país e quantas pessoas prendemos, somos muito eficientes”, disse Porvaznik. “Mas o problema são as pessoas que escapam”.
Ele calcula que pelo menos 20% daqueles que tentam evitar a Patrulha da Fronteira, “até onde sabemos”, são bem-sucedidos.
E com mais da metade de seus recursos humanos dedicados a grupos familiares, os três postos de controle na rodovia que ele dirige estão fechados.
“Nós não sabemos o que está acontecendo”, disse ele. “No ano passado, apreendemos pouco menos de 820 quilos de metanfetamina em nossos postos de controle. Este ano, estamos muito abaixo disso porque nossos postos não ficam abertos o tempo todo. São centenas e centenas de quilos de metanfetamina, drogas perigosas que chegam às comunidades nos Estados Unidos, porque não ficam só em Yuma. Isso se estende por todo os Estados Unidos”.
#BorderPatrol agents assigned to San Diego Sector seized over 95lbs of meth and heroin hidden inside the false floor of a truck bed. Agents discovered the drugs at a checkpoint following a K9 alert. Details: https://t.co/bmb44TpUkN pic.twitter.com/c5jiy5rWME
— CBP (@CBP) May 6, 2019
O xerife Mark Napier, do condado de Pima, no Arizona, compartilha a maior fronteira internacional com o México, em grande parte em condições inseguras.
“Estamos vendo grandes quantidades de metanfetamina. Parte disso chega através dos postos de entrada. Outra parte está chegando através das áreas desérticas. O fentanil, a heroína e a cocaína chegam em quantidades inimagináveis”, disse Napier em 17 de abril.
“Na semana passada, meus agentes interceptaram 26 kg de metanfetamina. Costumava ser que, se você capturasse 60 ou 90 gramas de metanfetamina, isso era considerado importante. Agora confiscamos 26 kg. Há um mês interceptamos 13 mil pílulas de fentanil. Agora imagine a quantidade de overdose, visitas aos pronto-socorros e vícios associados a 13 mil pílulas de fentanil ”.
E todo o lucro vai para os cartéis.