As negociações realizadas em Paris nesta sexta-feira para pressionar por uma nova trégua na Faixa de Gaza progrediram, informou neste sábado o portal de notícias israelense “Walla”, ao observar que o gabinete de guerra de Israel está programado para se reunir até amanhã para discutir a questão.
De acordo com o portal, que cita duas fontes familiarizadas com as negociações, a reunião de sexta-feira na capital francesa, que contou com a presença de representantes de Israel, Estados Unidos, Egito e Catar, foi concluída com um novo plano “que pode permitir o progresso em direção a negociações detalhadas sobre um acordo”, embora o jornal não tenha dado detalhes sobre isso.
Fontes palestinas disseram à Agência EFE na quinta-feira que uma nova cessação das hostilidades poderia ser alcançada nos próximos dias, já que o Hamas estaria disposto a fazer certas concessões.
Os islâmicos estariam prontos para uma trégua temporária de seis semanas, contanto que “as negociações para um cessar-fogo permanente” comecem imediatamente depois, disse o líder do Hamas, Mousa Abu Marzouk, em uma entrevista à emissora egípcia “Al Ghad”.
O lado israelense foi representado pelo diretor do Mossad, David Barnea, pelo chefe do Shin Bet, Ronen Bar, e por representantes do Exército, de acordo com “Walla”, que disse que entre os detalhes ainda a serem discutidos estavam o número e a identidade dos prisioneiros palestinos a serem liberados como parte do acordo.
O Gabinete de Guerra decidirá se aceita ou rejeita o novo plano para prosseguir com a proposta, que uma fonte disse que poderia ser trabalhada, de acordo com a imprensa israelense.
Também participaram das conversas o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, o chefe da inteligência egípcia, Abbas Kamel, e o chefe da CIA, Bill Burns.
Antes da reunião multilateral, o assessor da Casa Branca para o Oriente Médio e chefe das negociações sobre reféns, Brett McGurk, visitou o Cairo e, na quinta-feira, se reuniu com o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, que disse que Israel planeja “continuar as operações terrestres intensivas” para desmantelar “os batalhões remanescentes do Hamas no centro e no sul de Gaza”.
Mas ele garantiu que o governo israelense “estenderá a autoridade concedida” aos seus negociadores para a libertação dos reféns.
Por sua vez, o ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz, advertiu que, se não houver um acordo com o Hamas, Israel invadirá a cidade de Rafah em março, no início do Ramadã.