A Marinha da Rússia, em um movimento estratégico, chegou a Cuba na quarta-feira (12) com navios de guerra equipados com mísseis hipersônicos. Este acontecimento segue a aprovação do presidente dos EUA, Joe Biden, para que a Ucrânia utilize armamento estadunidense em ataques dentro do território russo.
O líder russo, Vladimir Putin, respondeu com um anúncio no dia 6, que a Rússia poderia fornecer armas aos adversários da OTAN em retaliação ao apoio militar ocidental à Ucrânia.
O Kremlin não forneceu detalhes específicos sobre quais países poderiam receber essas armas, mas sua aliança com a ditadura cubana é uma constante desde o golpe do regime comunista na ilha.
É nesse contexto que a fragata Amiral Gorchkov, o submarino nuclear Kazan, o petroleiro de abastecimento da frota Akademik Pashin e o rebocador de resgate Nikolay Chiker, realizaram exercícios de disparo de mísseis guiados no Oceano Atlântico antes de atracar em Cuba, praticando contra alvos imaginários a até 600 km de distância.
O que diz Cuba
De acordo com a CNN americana, oficiais dos EUA informaram que navios e aviões militares americanos, como o USS Truxtun, USS Donald Cook, USCGC Stone e o avião de reconhecimento P-8 Poseidon, foram mobilizados para rastrear os navios russos.
Oficiais de Cuba publicaram uma nota dizendo que a atividade russa é rotineira e não representa uma ameaça aos EUA, destacando que Cuba já recebeu navios russos regularmente entre 2013 e 2020.
“Essa visita, que se insere no âmbito das relações de amizade históricas entre Cuba e a Federação Russa, cumpre estritamente as convenções internacionais às quais o Estado cubano é parte. Nenhum desses navios possui armas nucleares, e sua escala em nosso país não representa nenhuma ameaça para a região.” disse o Ministério das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba.
A história se repete
Esta movimentação militar russa perto do território americano reaviva memórias da Crise dos Mísseis de 1962, quando a União Soviética tentou instalar mísseis nucleares em Cuba.
A presença de novos mísseis, que desta vez são hipersônicos – capazes de ultrapassar as defesas antimísseis – aumenta a preocupação com a estabilidade e segurança da região.
De acordo com uma publicação da Reuters, a vinda de navios da Rússia é comum, porém estranha como as atividades navais estão aumentando cada vez mais após a ameaça de expansão militar russa.