“Não há evidência de colusão” entre campanha de Trump e Rússia, prova Comitê de Inteligência

O Comitê, por outro lado, descobriu graves abusos cometidos pela vigilância governamental da administração Obama

13/03/2018 23:11 Atualizado: 13/03/2018 23:19

Por Ivan Pentchoukov, Epoch Times

O Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados norte-americana não encontrou evidência de conluio entre a campanha de Trump e a Rússia, de acordo com o projeto de um relatório ainda secreto que resume os resultados da investigação que durou um ano.

“Não encontramos nenhuma evidência de colusão, e acredito que nem o [conselheiro especial Robert Mueller] conseguiu”, disse à Fox News o representante Mike Conaway, chefe da pesquisa bipartidária.

O presidente Donald Trump comemorou o resultado do relatório em uma mensagem no Twitter na noite de segunda-feira (12).

“O Comitê de inteligência da casa, após uma investigação minuciosa que durou 14 mesese, não encontrou evidência de colusão ou coordenação entre a campanha Trump e a Rússia que tenha influenciado a eleição presidencial de 2016”, escreveu Trump.

O Comitê seguiu quatro vias de pesquisa: medidas efetivas tomadas pela Rússia para interferir com as eleições de 2016, a resposta do governo à interferência, as ligações entre as campanhas russas e Clinton e Trump, e alegados vazamentos de informações secretas.

Também divergiu da avaliação da comunidade de inteligência a informação de que o presidente russo Vladimir Putin tivesse uma “suposta preferência” pelo então candidato Trump.

“Nós discordamos com a posição da Comunidade da inteligência de que Putin favoreceu Trump,” disse Conaway à Fox News.

O Comitê realizou 73 entrevistas com testemunhas, ouviu mais de 230 horas de testemunhos e recebeu 307.905 documentos como parte do inquérito (PDF). Onze membros da equipe de investigadores visitaram 7 países para realizar a pesquisa. Os membros do Comitê passaram mais de 1.200 horas apenas revisando os documentos-fonte secretos da CIA.

“O resultado final: os russos sim agiram ativamente contra a nossa eleição em 2016, e acreditamos que eles farão isso de novo no futuro”, disse Conaway ao New York Times. Mas “nós discordamos da narrativa que eles estavam tentando ajudar Trump.”

A conclusão do inquérito da Câmara põe fim a uma das três investigações sobre a interferência russa nas eleições norte-americanas. As investigações do Comitê Judiciário do Senado e do conselheiro especial Robert Mueller ainda estão em andamento. Nenhum dos dois apresentou qualquer indício de colusão entre a campanha Trump e a Rússia.

“Não encontramos nenhuma evidência de colusão. Encontramos talvez alguma má decisão, reuniões inadequadas”, disse Conaway aos jornalistas na segunda-feira (12). “Mas apenas Tom Clancy, Vince Flynn e outra pessoa desse tipo poderia tomar esta série de contatos não intencionais uns com os outros, ou reuniões, ou o que seja, e entrelaçá-los em algum tipo de romance de espionagem ficcional de mistério.”

As agências de inteligência dos Estados Unidos devem revisar o projeto de relatório e desclassificá-lo antes que seja divulgado ao público.

As origens das três investigações sobre a interferência russa nas eleições norte-americanas remontam ao notório dossiê ou arquivo anti-Trump elaborado pelo ex-espião britânico Christopher Steele. A campanha de Clinton e o Comitê Nacional Democrata usaram um escritório de advocacia para pagar a empresa Fusion GPS, que por sua vez contratou Steele. A GPS recebeu dinheiro da Rússia enquanto Steele fazia seu trabalho.

Apesar de não encontrar provas das questões que se propôs a investigar, o Comitê de Inteligência, por outro lado, descobriu graves abusos cometidos pela vigilância governamental nos níveis mais altos da administração Obama. O Comité irá agora redireccionar os esforços para investigar estes problemas, de acordo com um resumo preliminar do relatório (PDF).