Não se esqueçam de Cuba

16/01/2018 10:32 Atualizado: 07/05/2018 09:46

Por Daniel Lacalle, economista-chefe da Tressis Gestión

É fácil esquecer Cuba. Ela fica lá no lugar dela e não incomoda ninguém. No entanto, ela continua sendo o melhor exemplo de por que o comunismo não funciona e nunca funcionará.

Recentemente, um consórcio internacional teve que resgatar Cuba por meio de um empréstimo de 9,6 bilhões de dólares e perdoando algumas de suas dívidas. O cancelamento da dívida do regime por parte de alguns países, infelizmente, não ajudou a promover a liberdade e a democracia, mas sim perpetuou a ditadura.

A grande mentira utilizada pelo regime comunista e seus apoiadores para justificar a miséria em que mergulharam o país nas últimas cinco décadas é o embargo comercial inexistente. Não há nenhum. Um embargo não é um bloqueio.

Embargo? Cuba tem mais de 27 tratados bilaterais com 90 países. Embargo? As exportações para Cuba, de acordo com o Banco Mundial, atingiram 17,1% do PIB em 2015.

Os Estados Unidos são um dos maiores parceiros comerciais de Cuba, com 180 milhões de dólares de intercâmbio em 2015. A Espanha é o maior investidor e terceiro parceiro comercial de Cuba. Em um bloqueio real, nenhuma mercadoria digna de menção escaparia.

No entanto, a falácia desse suposto bloqueio é constantemente usada para encobrir e justificar a miséria e a repressão da ditadura. Na realidade, o regime de Castro, como qualquer governo socialista, é uma máquina de desperdiçar subsídios.

Perturbação em massa

O regime de Fidel Castro desperdiçou subsídios da antiga União Soviética entre 1960 e 1990 equivalentes a cinco planos Marshall, e mesmo assim não conseguiu alavancar seu crescimento econômico ou aproveitar essas enormes transferências para aumentar a produtividade. Entre 1960 e 1990, Cuba recebeu mais de 65 bilhões de dólares da União Soviética, para não mencionar o dinheiro que recebeu de outros países socialistas.

Cuba inclusive se beneficiou de um subsídio do regime venezuelano, que por sua vez recebe bilhões dos chineses, que cobrem 70% do consumo do país. Também recebeu centenas de milhões de dólares de organizações internacionais.

Apesar disso, o ranking do Nationmaster, que compara o salário médio dos países do mundo, coloca Cuba no último lugar (176º lugar), com um salário médio de 25,05 dólares por mês em 2014.

A escassez de produtos básicos atinge 70% da população, de acordo com El Diario de Cuba e Infobae. Essas cifras invalidam a infame propaganda que diz que “não há desnutrição”, porque quase todos os cubanos sofrem de uma ou outra escassez econômica.

Qualquer um que viaja para Cuba pode ver que a constante e repetida mensagem da “inexistência de desnutrição infantil” é falsa e só tem a intenção de defender um regime que ainda usa cartões de racionamento e propaga a miséria.

A Unicef só divulga que o número de crianças abaixo do peso diminuiu em 4%, mas não diz que esse é um número muito elevado em comparação com outros países em desenvolvimento.

Além disso, Cuba sofre com a “assistência médica gratuita mais cara do mundo“, como me disseram em Havana. O mito da qualidade e da universalidade dos cuidados de saúde foi desmentido em várias ocasiões. María Werlau, da ONG Cuba Archive, explicou: “A assistência de saúde em Cuba é extremamente ruim para os cidadãos comuns. Existe um apartheid que favorece a elite governante e os estrangeiros que pagam em dólares”.

A única maneira de Cuba alcançar outros países em termos de desenvolvimento é se livrar do comunismo.

Daniel Lacalle é economista-chefe do fundo de investimentos Tressis e autor de “Escape From the Central Bank Trap“, publicado pela BEP.

As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.

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