Nikki Haley, a embaixadora estadunidense nas Nações Unidas (ONU), disse que os Estados Unidos se lembrarão dos países que votaram contra ele numa controversa resolução da ONU.
No total, 128 países votaram a favor da resolução que condenou a decisão dos EUA de transferir sua embaixada para a capital de Israel, Jerusalém. Nove votaram contra a resolução e 35 países se abstiveram.
“Os Estados Unidos se lembrarão deste dia em que foi alvo de ataque na Assembleia Geral pelo próprio ato de exercer nosso direito como uma nação soberana”, disse Haley antes da votação.
“Nós nos lembraremos quando formos convidados novamente a fazermos a maior contribuição do mundo para as Nações Unidas.”
Haley disse que os Estados Unidos, como uma nação soberana, têm o direito de decidir onde localizar sua própria embaixada.
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“A decisão do presidente reflete a vontade do povo americano e o nosso direito como uma nação para escolher a localização da nossa embaixada”, disse Haley.
Os Estados Unidos são obrigados, nos termos de sua lei, a mudar sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém desde 1995, após o Congresso adotar a Lei de Relocação da Embaixada de Jerusalém.
A lei de 1995 tem um apoio bipartidário generalizado no Congresso. E foi reafirmada por unanimidade no Senado seis meses atrás.
Trump não é o primeiro presidente dos EUA a prometer cumprir essa lei, mas, enquanto promessas semelhantes foram feitas por Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, ele é o primeiro a tomar uma atitude.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu elogiou os países que votaram contra a resolução ou se abstiveram de votar.
“Israel rejeita completamente esta resolução absurda. Jerusalém é nossa capital, sempre foi, sempre será. Mas aprecio o fato de que um número crescente de países se recusam a participar deste teatro do absurdo”, disse Netanyahu em mensagem de vídeo.
“Quero reiterar novamente os meus agradecimentos ao presidente Trump e à embaixadora Hayley por sua defesa resoluta de Israel e por sua firme defesa da verdade”, afirmou.
Na quarta-feira, o presidente Trump disse: “Estamos observando esses votos. Deixem-nos votar contra nós. Economizaremos muito. Não nos importamos.”
Os EUA fazem a maior contribuição ao orçamento anual das Nações Unidas, fornecendo 22% do financiamento em 2016, ou US$ 594 milhões.
No total, os Estados Unidos contribuem com US$ 3 bilhões para a ONU a cada ano, incluindo o orçamento anual e outros itens, como o financiamento de missões de manutenção da paz.
Em setembro, Trump elogiou as Nações Unidas por seus objetivos nobres, mas exortou a instituição de 71 anos a se concentrar mais nos resultados, em vez de nos procedimentos.
Falando numa reunião da ONU em Nova York focada na reforma, Trump disse que enquanto os funcionários da organização dobraram desde 2000 e seu orçamento aumentou significativamente, ela não produziu um aumento expressivo nos resultados.
“Eu acho que a principal mensagem é ‘tornar a Organização das Nações Unidas grandiosa’. E não ‘tornar a ONU grandiosa novamente’. Um potencial tremendo, e acho que seremos capazes de fazer isso”, disse Trump após seu discurso.
Em 2016, as despesas totais da ONU foram de quase US$ 49 bilhões, um aumento de US$ 10 bilhões em relação a apenas seis anos antes. A maior parte do seu financiamento é gasto em assistência humanitária, ou US$ 16 bilhões; seguido da assistência ao desenvolvimento, quase US$ 12 bilhões; e das operações de manutenção da paz, pouco mais de US$ 9 bilhões.
“As Nações Unidas foram fundadas segundo objetivos verdadeiramente nobres. Estes incluem a afirmação da dignidade e do valor da pessoa humana e a luta pela paz internacional. As Nações Unidas ajudaram a avançar em direção a esses objetivos de muitas maneiras: alimentando os famintos, fornecendo alívio de desastres e capacitando as mulheres e meninas em muitas sociedades em todo o mundo”, disse Trump em seu discurso.
Trump culpou a burocracia e a má administração pela organização não atingir todo o seu potencial.
“Buscamos uma Organização das Nações Unidas que recupere a confiança das pessoas ao redor do mundo. Para conseguir isso, as Nações Unidas devem responsabilizar cada nível de sua administração, proteger os denunciantes e se concentrar nos resultados, e não nos processos”, afirmou.
António Guterres, o atual secretário-geral da ONU e ex-primeiro-ministro de Portugal, que substituiu Ban Ki-moon como secretário da ONU no início deste ano, parece compartilhar a visão de Trump de uma ONU reformada. Numa carta de maio de 2017, ele disse: “Nossos esforços para implementar essa ambiciosa agenda de reformas exige que garantamos a simplificação dos procedimentos, descentralizemos a tomada de decisões e avancemos para ter cada vez maior transparência e responsabilidade.”