Uma mulher russa foi detida nesta quarta-feira por ter escrito “Não à guerra” na sua cédula de votação durante as eleições presidenciais do último domingo no país.
Segundo informou a assessoria de imprensa do tribunal de São Petersburgo, a mulher escreveu a frase com um marcador vermelho no verso de sua cédula e a colocou na urna.
Além da detenção, essa russa terá de pagar uma multa de 40 mil rublos (cerca de R$ 2.150), conforme determinado pelo Tribunal Dzerzhinsky, que leva o nome de Felix Dzerzhinsky, fundador da Tcheka, a primeira polícia secreta da União Soviética, em 1917.
Segundo a Justiça, a cidadã “danificou patrimônio do Estado e desacreditou o Exército” com suas ações.
O ditador russo, Vladimir Putin, de 71 anos, obteve nessas eleições a sua maior vitória desde que chegou ao poder em 2000, com 87,28% do total de votos, apesar da guerra na Ucrânia e das sanções econômicas ocidentais.
Dessa forma, seguirá como presidente do país por mais seis anos, após os quais poderá concorrer novamente à reeleição em 2030, já que em 2020 reformou as cláusulas da Constituição que o impediam de continuar no Kremlin.
A oposição russa, que denunciou falsificações massivas, não pôde participar nas eleições, uma vez que as autoridades não registraram os seus candidatos, que apoiavam a paz na Ucrânia.
No dia 17 de março, durante o terceiro dia das eleições presidenciais em que a oposição ao Kremlin defendeu o voto contra Putin, mais de 80 pessoas foram detidas em diferentes cidades da Rússia.