O Ministério Público do Peru confirmou nesta sexta-feira que 42 pessoas morreram, 531 ficaram feridas e 329 foram detidas desde o início dos protestos antigovernamentais, em dezembro do ano passado.
A procuradoria detalhou em comunicado que entre os mortos estão 41 manifestantes e um policial, enquanto outros 355 civis e 176 agentes ficaram feridos. Entre os 329 detidos há um menor de idade.
O MP peruano acrescentou que esta informação foi obtida a partir das primeiras investigações feitas por procuradorias criminais, de prevenção ao crime e contra o crime organizado.
Por sua vez, a Ouvidoria Pública confirmou que 41 manifestantes morreram em confrontos diretos com a polícia, além do policial, enquanto outras sete pessoas perderam a vida “devido a acidentes de trânsito e ocorrências relacionadas a bloqueios” de vias.
Nesse sentido, o Ministério Público indicou que já abriu investigações com o objetivo de apurar “os responsáveis pela perda dessas vidas humanas” nos protestos.
A procuradoria destacou que “garante que as investigações sejam realizadas com estrito respeito às leis que regem o país e à defesa dos direitos humanos com ordem, firmeza e celeridade”.
Na noite desta quinta-feira, uma equipe da Polícia Nacional e procuradores prenderam a presidente da Frente de Defesa Popular de Ayacucho (Fredepa), Rocío Leandro Melgar, junto com a vice-presidente, Stefany Alanya Chumbes, e o secretário dessa organização, Alejandro Manay Pilaca.
Enquanto os detidos eram transferidos para Lima, o Ministério do Interior informou que Leandro Melgar fez parte “da organização terrorista Sendero Luminoso e foi detida e encarcerada por participar de ataques nas décadas de 1980 e 1990”.
No caso de Ayacucho, a procuradoria está investigando os atos violentos que levaram ao saque e incêndio dos escritórios do Ministério Público, do Poder Judiciário, da Ordem dos Advogados e de outros órgãos estatais nos dias 15 e 16 de dezembro.
Os manifestantes exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte, o fechamento do Congresso, a antecipação das eleições gerais para 2023 e a convocação de uma Assembleia Constituinte.
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