O Ministério Público da Venezuela solicitou a um tribunal especializado em crimes de “terrorismo” que emita um “mandado de prisão” contra Edmundo González Urrutia, que nas eleições presidenciais de julho foi candidato pela maior coalizão de oposição ao regime de Nicolás Maduro.
Segundo o MP, González Urrutia teria cometido “crimes de usurpação de funções” e “falsificação de documentos públicos” em relação às atas de votação do pleito de 28 de julho.
A solicitação à Justiça foi feita depois que a promotoria convocou González Urrutia em três ocasiões, e o candidato opositor decidiu não comparecer, alegando que não sabia em que qualidade foi chamado e não reconhecia os crimes atribuídos a ele pelo MP.
De acordo com um ofício emitido nesta segunda-feira pelo MP, o político também é acusado de “instigar a desobediência às leis”, “conspiração” e “sabotagem de danos aos sistemas e associação (para cometer crimes)”.
A investigação sobre González Urrutia está relacionada à alegação da principal coalizão de oposição ao governo Maduro – a Plataforma Unitária Democrática (PUD) – de que obteve 83,5% das atas eleitorais da eleição, com ajuda de testemunhas e membros das seções eleitorais para apoiar sua acusação de que houve fraude no pleito em prol de Maduro.
Na última quinta-feira, quando a terceira convocação foi divulgada, o Ministério Público advertiu González Urrutia que, se ele não comparecesse novamente, seria emitido “um mandado de prisão” porque o político estaria “em risco de fuga”.