A Autoridade Nacional de Controle Interno do Ministério Público (MP) do Peru abriu um processo disciplinar contra um dos membros da força-tarefa da Lava Jato que atua no país, o procurador sênior José Domingo Pérez, que previamente já tinha denunciado assédio por parte da instituição.
O departamento do MP peruano declarou que o procurador cometeu “uma infração muito grave”, ao omitir seu domicílio processual e postal, assim como seu endereço de correio eletrônico.
A determinação foi publicada pela imprensa local e aponta que essa informação serve “para (o procurador) ser validamente e indistintamente notificado em qualquer um desses endereços, o que ele não fez”.
Pérez tem um prazo de cinco dias úteis, após ser notificado, para apresentar sua defesa.
Na quinta-feira, o procurador denunciou atos de assédio e intimidação contra ele e colegas da equipe peruana da Lava Jato em entrevista à emissora de TV “Canal N”.
“A equipe especial não tem mais investigações, as investigações já foram concluídas e estamos em uma fase de acusação (…) Sabemos que esses casos famosos que envolvem pessoas que têm uma transcendência política geralmente vão gerar críticas”, disse Pérez.
Ele lembrou que a equipe especial de promotores da Lava Jato, da qual faz parte, investigou os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016), Martín Vizcarra (2018-2020) e outras personalidades políticas como a ex-candidata à presidência Keiko Fujimori e a ex-prefeita de Lima Susana Villarán.
“Sabemos que há uma situação de assédio e perseguição. Sabemos que há abusos, excessos por parte de algumas decisões que estão sendo tomadas pela Autoridade Nacional de Controle”, declarou.
O Peru também conta com uma versão da força-tarefa da Lava Jato, criada em dezembro de 2016, em resposta à necessidade do MP de lidar com investigações relacionadas a atos de corrupção realizados pela empresa brasileira Odebrecht e outras construtoras e sua relação com várias autoridades do país.
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