Morre o ator britânico Sean Connery

31/10/2020 14:48 Atualizado: 31/10/2020 14:48

Por Agência EFE

O ator britânico Sean Connery, protagonista de diversos sucessos do cinema, especialmente, parte da saga do espião James Bond, a quem interpretou em sete filmes, morreu aos 90 anos, segundo informou neste sábado a emissora “BBC”.

O astro, que havia se aposentado após gravar “A Liga Extraordinária”, lançado em 2003, vivia nas Bahamas, onde faleceu.

A última aparição do ator nascido na Escócia, foi em uma fotografia publicada pela nora – a cantora irlandesa Fiona Ufton, mulher de Jason Connery -, para celebrar o aniversário de 89 anos do sogro, em agosto do ano passado.

O britânico foi o primeiro a interpretar James Bond, o agente secreto 007, nos cinemas, nos filmes “O Satânico Dr. No”, “Moscou Contra 007”, “007 Contra Goldfinger”, “007 Contra a Chantagem Atômica”, “Com 007 Só Se Vive Duas Vezes”, e “007 – Os Diamantes São Eternos”.

Para muitos, Connery foi o melhor e mais importante ator a interpretar o espião, que “tinha licença para matar”, concedida diretamente pela rainha.

“”007 – Os Diamantes São Eternos”, de 1971, marcou o retorno do ator, após ter deixado a franquia, por causa das as críticas de público e crítica ao sucessor, o australiano George Lazenby. Por essa obra, Connery se tornou o ator mais bem pago para fazer um único filme.

O valor que recebeu, que hoje equivaleria a cerca de US$ 40 milhões (R$ 230,8 milhões), foi totalmente doada a fundação beneficente que criou, que apoia a educação de crianças cujas famílias têm poucos recursos financeiros.

Anos depois, em 1983, retornou novamente para a saga, dessa vez, para “007 – Nunca Mais Outra Vez”, que acabou sendo a última vez em que interpretou James Bond na carreira nos cinemas. Em 2005, foi lançado o jogo “007: From Russia with Love”, para diversos videogames, em que dublou o espião.

O auge aconteceu após o lançamento de “Os Intocáveis”, em 1987, dirigido por Brian De Palma, em que deu vida a Jim Malone. A participação rendeu o Oscar de melhor ator. Além disso, ao longo da trajetória, recebeu dois Baftas e três Globos de Ouro.

Entre outros clássicos que teve Connery no elenco, estão “Assassinato no Expresso Oriente”, “O Nome da Rosa”, “Indiana Jones e a Última Cruzada”, entre outros. O último trabalho foi “Sir Billi”, em 2012, em que emprestou a voz ao protagonista.

CONVICÇÕES NACIONALISTAS

O ator sempre deu apoio, social e até financeiro, ao Partido Nacionalista Escocês (SNP), defensor da independência da Escócia do Reino Unido. Quando foi nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth II, em 2000, apareceu trajando um kilt.

A ligação com as raízes sempre foi evidente, inclusive, com o batismo da produtora Fountainbridge Films, que faz referência ao bairro onde Connery nasceu, na cidade de Edimburgo, no dia 25 de agosto de 1930.

Filho de uma faxineira e de um motorista de caminhão, o astro chegou a abandonar a escola para trabalhar, como forma de auxiliar a família. O primeiro emprego foi de entregador de leite.

Mais tarde, serviu à Marinha britânica, também foi motorista, socorrista, modelo de nu artístico, para alunos da Escola de Arte de Edimburgo, e até polidor de caixões.

Aos poucos, Connery conseguiu se firmar como ator, participando de diversas peças de teatro, filmes e séries, até que a perseverança foi recompensada com a proposta para interpretar James Bond, papel que o alçou ao estrelato.

Connery se casou duas vezes, primeiro com a atriz australiana Diane Cilento, com quem teve o único filho, Jason. Após se divorciar, em 1973, se uniu com a francesa Micheline Roquebrune.

Após a venda de uma residência em Marbella, na Espanha, em 1999, o casal foi investigado sonegação de impostos à Receita do país europeu, em 5,5 milhões de libras. O ator acabou escapando de ser processado, ao contrário da mulher.