Duas explosões simultâneas, que deixaram um número ainda indeterminado de mortes e feridos, ocorreram neste sábado em Mogadíscio, capital da Somália, país que sofre ataques recorrentes do grupo jihadista Al Shabab.
O ataque foi cometido contra o Ministério da Educação e, segundo a imprensa local, ainda são ouvidos disparos e explosões na região do cruzamento de Zoobe.
Embora o número de afetados ainda não seja conhecido, o jornal “Hiiraan” noticiou que as testemunhas e a polícia afirmam que pelo menos 12 pessoas morreram.
De acordo com fontes policiais citadas pela imprensa local, entre os mortos está um comandante da polícia e um jornalista somali.
“Estamos chocados e entristecidos com o assassinato do nosso colega, Mohamed Isse Koonaa, que noticiou hoje para a ‘Universal TV’ sobre os atentados com carros-bomba em Mogadíscio. Dois outros colegas, o fotojornalista da ‘Reuters’ e o colaborador da ‘VOA’ (Voz da América) estão feridos e no hospital”, expressou o Sindicato de Jornalistas da Somália (SJS) no Twitter.
Em dezembro de 2019, pelo menos 92 pessoas foram mortas e 128 ficaram feridas após a explosão de um carro-bomba no mesmo cruzamento, o que o torna um dos piores ataques já ocorridos na capital da Somália.
O presidente do país, Hassan Sheikh Mohamud, declarou em 23 de agosto uma “guerra total” para “eliminar” o Al Shabab, cujos terroristas tomaram dias antes um famoso hotel em Mogadíscio durante 30 horas e mataram 21 pessoas.
Desde então, foram realizadas contra os fundamentalistas várias operações militares apoiadas pelos Estados Unidos, que em setembro mataram “mais de cem membros” do grupo jihadista, de acordo com o governo somali.
O ataque deste sábado ocorre em meio a uma reunião nacional entre o governo central e os presidentes dos cinco estados federais da Somália para promover a coexistência pacífica e discutir a ameaça jihadista.
Al Shabab, um grupo filiado desde 2012 à rede Al Qaeda, realiza frequentemente ataques terroristas na capital somali, Mogadíscio, e outras partes da Somália para derrubar o governo central – apoiado pela comunidade internacional – e instalar à força um estado islâmico wahhabi (ultraconservador).
O grupo jihadista controla áreas rurais no centro e no sul da Somália e também ataca países vizinhos, como Quênia e Etiópia. A Somália vivencia guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem governo efetivo e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos.
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