O cantor e compositor Moby confirmou que seus “amigos” na CIA lhe pediram para publicar uma mensagem detalhada anti-Trump no ano passado porque a estrela da música tem uma mídia social maior do que a agência de inteligência. Moby revelou sua interação com a CIA durante uma entrevista com a estação de rádio WFPK, no estado americano de Kentucky, na semana passada.
O cantor disse que depois de anos de turnê e visitando Washington D.C, ele conseguiu fazer alguns “amigos na comunidade da inteligência”, incluindo “agentes atuais e antigos da CIA”. Aqueles “amigos” lhe pediram para “transmitir alguma informação”.
“Então eles passaram algumas informações para mim e eles disseram algo como: ‘Olhe, você tem mais seguidores de mídia social do que qualquer um de nós, você pode por favor postar algumas dessas coisas simplesmente de uma maneira do tipo de um desabafo lá”, disse Moby.
Moby atendeu ao pedido de seus amigos da CIA e fez uma publicação no Facebook e Instagram com várias acusações, algumas que provaram ser falsas, e o restante não fundamentado.
A postagem disse que o dossiê do Fusion GPS Russian é “100% real” e que a gestão Trump estava em conluio com o governo russo. Ambas as queixas foram objeto de múltiplas investigações e intensos exames pela imprensa antes e depois de Moby ter feito a postagem em fevereiro do ano passado, mas nenhuma evidência foi apresentada para fundamentar as alegações.
A CIA não esconde sua conexão com a indústria do entretenimento e administra um escritório chamado Entertainment Industry Liason (Destacamento para a Indústria do Entretenimento, em tradução livre), que esteve em contato com ícones da indústria há anos, de acordo com o website da CIA.
“Durante anos, artistas de toda a indústria do entretenimento ─ atores, autores, diretores, produtores, roteiristas e outros ─ estiveram em contato com a CIA para obter uma melhor compreensão da nossa missão de inteligência”, diz o site da CIA.
A alegação final de Moby em sua publicação no Facebook foi de que as agências de inteligência nos Estados Unidos estão “horrorizadas” com a gestão Trump e estão “trabalhando para apresentar informações que levem a demissões no alto escalão e, em última instância, ao impeachment”.
Esta afirmação pode estar mais próxima da verdade. Kevin Shipp, um ex-oficial da CIA de alto escalão, fez eco dos comentários de Moby em uma recente entrevista.
“Eles estão apavorados, eles estão apavorados agora”, disse Shipp ao USA Watchdog referindo-se à CIA e ao “deep State“(Estado palalelo ou Estado profundo, em português, termo para o conceito de um remanescente funcionalismo público hostil ao legítimo mandato popular e que trama contra ele).
“Eles não esperavam que Trump fizesse o que está fazendo agora. A razão pela qual eles tentaram levá-lo antes mesmo de ser eleito é que eles sabiam que ele era incontrolável, e eles sabiam que se ele entrasse lá, eles não seriam capazes de manipulá-lo, e isso é exatamente o que está acontecendo.”
Embora o conceito seja universal, o termo “deep State” propriamente dito foi assim adotado nos Estados Unidos e sua popularização é recente. Em outras palavras, refere-se a uma rede de funcionários do governo, muitos dos quais não foram eleitos, que secretamente manipulam a política do governo. O próprio presidente Donald Trump tem denunciado o Estado paralelo em suas postagens no Twitter.
“A Câmara dos Deputados busca citações de desobediência contra o Departamento de Justiça e o FBI por reter documentos chaves e um testemunho do FBI que poderia esclarecer sobre a espionagem de associados de Donald Trump. Coisa grande. Estado profundo”, tuitou Trump em 29 de novembro. “Dê esta informação AGORA!”
Vídeo recomendado:
• Presidente Donald Trump ─ ano 1