O ministro da Defesa do Japão, Gen Nakatani, disse que o míssil lançado nesta quinta-feira (31) pela Coreia do Norte, aparentemente um míssil balístico de longo alcance, voou por 1 hora e 26 minutos antes de cair, tornando-se o que voou por mais tempo já lançado pelos norte-coreanos.
Nakatani confirmou em uma entrevista coletiva que “o objeto lançado” voou por cerca de 86 minutos e teria percorrido uma distância de cerca de 1.000 quilômetros desde seu ponto de lançamento na Coreia do Norte até cair nas águas ao norte do Japão, atingindo uma altitude máxima de 7.000 quilômetros.
“Consideramos que esse míssil balístico foi o que voou por mais tempo, assim como o que voou mais alto até agora”, disse o ministro da Defesa japonês, que também sugeriu que pode se tratar de um novo tipo de míssil norte-coreano.
O míssil foi lançado na direção nordeste, de dentro da Coreia do Norte, por volta das 7h11 locais (19h11 de quarta-feira em Brasília) e caiu fora da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Japão, a oeste da Ilha Okushiri, em Hokkaido, por volta das 8h37 (20h37 de quarta-feira em Brasília).
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) disse em um comunicado que o míssil lançado pela Coreia do Norte “parece ser um ICBM (míssil balístico intercontinental)”.
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Isihiba, convocou uma reunião de segurança nacional para discutir o último teste norte-coreano.
“Ordenei que fornecêssemos as informações ao povo japonês e confirmássemos a segurança. Por enquanto, não há relatos de possíveis danos”, disse Ishiba em uma entrevista coletiva na qual acrescentou que seu governo também enviou um protesto diplomático através de Pequim.
O porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi, disse que o lançamento representa “uma ameaça à segurança do Japão e da região”.
O lançamento acontece poucas horas depois da reunião realizada em Washington entre os chefes das pastas de Defesa dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, Lloyd Austin e Kim Yong-hyun, na qual ambos condenaram o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia e seu possível deslocamento para a linha de frente da guerra na Ucrânia.
