O míssil balístico lançado pela Coreia do Norte na quarta-feira (29) subiu 10 vezes mais alto do que a Estação Espacial Internacional e dobrou a altura do satélite de órbita baixa mais alta, informou a NBC News, citando os militares sul-coreanos.
A Coreia do Norte afirma que o míssil alcançou uma altura de 4.480km e percorreu uma distância de 950km antes de atingir com precisão um alvo no mar, informação similar aos dados de voo informados pelo exército sul-coreano.
A Estação Espacial Internacional está em órbita a 409km. Os satélites que viajam em uma órbita terrestre baixa alcançam uma altura máxima de cerca de 1.932km, de acordo com a NASA.
A Coreia do Norte declarou que realizou testes com um novo tipo de míssil chamado Hwasong-15 e se vangloriou de que o míssil tem capacidade de chegar a qualquer parte dos Estados Unidos continentais.
O ousado regime comunista afirmou que o míssil estava carregado com uma “ogiva pesada super-grande”.
Analistas dizem que não há informações suficientes disponíveis atualmente para desacreditar essas afirmações.
A Coreia do Norte lançou o míssil após dois meses e meio de relativa tranquilidade. Governos e analistas concordaram que a Coreia do Norte deu um salto considerável em sua capacidade destrutiva.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que conversou com o presidente chinês Xi Jinping sobre o último teste de mísseis da Coreia do Norte.
Just spoke to President XI JINPING of China concerning the provocative actions of North Korea. Additional major sanctions will be imposed on North Korea today. This situation will be handled!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 29, 2017
Trump promete mais sanções contra a Coreia do Norte, que lançou com sucesso na quarta-feira um “significativamente mais poderoso” míssil balístico intercontinental com capacidade nuclear.
Um comunicado da Casa Branca sobre a conversa telefônica ressalta que Trump deixou claro “a determinação dos Estados Unidos de nos defendermos e a nossos aliados”. O presidente norte-americano também “enfatizou a necessidade de a China usar todos os meios disponíveis para convencer a Coreia do Norte a parar com suas provocações e voltar ao caminho da desnuclearização”.
Embora já fosse esperada a retomada do ritmo de teste frenético de Pyongyang, em seu objetivo de alcançar um arsenal considerável de mísseis com ogiva nuclear que possa chegar aos Estados Unidos continentais, o poder do míssil e a forma brusca do teste do último lançamento preocuparam a Coreia do Sul e Washington.
A televisão estatal disse que Kim Jong-un “orgulhosamente declarou” que o país havia alcançado seu objetivo de se tornar um “poder de mísseis” e enfatizou que Kim deu a ordem na terça-feira e divulgou uma foto da ordem assinada pelo ditador onde escreveu: “O lançamento do teste está aprovado. Será realizado ao amanhecer do dia 29 de novembro! Ele será lançado com coragem para o partido e o país! ”
A administração do presidente Trump reinseriu há uma semana atrás a Coreia do Norte na lista de patrocinadores de terroristas. O último lançamento de mísseis arruinou as iniciativas diplomáticas nascentes, despertou receios de uma guerra ou de um ataque preventivo dos Estados Unidos e lançou uma sombra mais profunda sobre a segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno no início do próximo ano na Coreia do Sul.
Seul respondeu lançando quase imediatamente três dos seus próprios mísseis numa demonstração de força. O presidente Moon Jae-in expressou preocupação de que a ameaça de mísseis da Coreia do Norte possa forçar os Estados Unidos a atacar a Coreia do Norte antes que ele possa desenvolver um míssil de longo alcance com ogiva nuclear, algo que, segundo os especialistas, pode ser iminente.
“Se a Coreia do Norte produzir um míssil balístico que consiga ir de um continente a outro, a situação pode ficar fora de controle”, disse Moon em uma reunião de emergência em Seul. “Devemos impedir uma situação na qual a Coreia do Norte pode cometer um erro de cálculo e nos ameaçar com suas armas nucleares ou uma situação em que os Estados Unidos considerem levar a cabo um ataque preventivo”.
Este lançamento foi o primeiro da Coreia do Norte desde que o país lançou um míssil de alcance intermediário sobre o Japão em 15 de setembro e que poderia ter interrompido qualquer iniciativa diplomática. As autoridades norte-americanas já haviam demonstrado a intenção de manter conversações diretas com a Coreia do Norte, desde que se mantivesse a moderação.
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