Míssil da Coreia do Norte subiu dez vezes mais alto que Estação Espacial Internacional

30/11/2017 13:50 Atualizado: 30/11/2017 13:50

O míssil balístico lançado pela Coreia do Norte na quarta-feira (29) subiu 10 vezes mais alto do que a Estação Espacial Internacional e dobrou a altura do satélite de órbita baixa mais alta, informou a NBC News, citando os militares sul-coreanos.

A Coreia do Norte afirma que o míssil alcançou uma altura de 4.480km e percorreu uma distância de 950km antes de atingir com precisão um alvo no mar, informação similar aos dados de voo informados pelo exército sul-coreano.

A Estação Espacial Internacional está em órbita a 409km. Os satélites que viajam em uma órbita terrestre baixa alcançam uma altura máxima de cerca de 1.932km, de acordo com a NASA.

Estação Espacial Internacional (Domínio público)
Estação Espacial Internacional (Domínio público)

A Coreia do Norte declarou que realizou testes com um novo tipo de míssil chamado Hwasong-15 e se vangloriou de que o míssil tem capacidade de chegar a qualquer parte dos Estados Unidos continentais.

O ousado regime comunista afirmou que o míssil estava carregado com uma “ogiva pesada super-grande”.

Analistas dizem que não há informações suficientes disponíveis atualmente para desacreditar essas afirmações.

A Coreia do Norte lançou o míssil após dois meses e meio de relativa tranquilidade. Governos e analistas concordaram que a Coreia do Norte deu um salto considerável em sua capacidade destrutiva.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que conversou com o presidente chinês Xi Jinping sobre o último teste de mísseis da Coreia do Norte.

Trump promete mais sanções contra a Coreia do Norte, que lançou com sucesso na quarta-feira um “significativamente mais poderoso” míssil balístico intercontinental com capacidade nuclear.

Um comunicado da Casa Branca sobre a conversa telefônica ressalta que Trump deixou claro “a determinação dos Estados Unidos de nos defendermos e a nossos aliados”. O presidente norte-americano também “enfatizou a necessidade de a China usar todos os meios disponíveis para convencer a Coreia do Norte a parar com suas provocações e voltar ao caminho da desnuclearização”.

Embora já fosse esperada a retomada do ritmo de teste frenético de Pyongyang, em seu objetivo de alcançar um arsenal considerável de mísseis com ogiva nuclear que possa chegar aos Estados Unidos continentais, o poder do míssil e a forma brusca do teste do último lançamento preocuparam a Coreia do Sul e Washington.

Foto sem data publicada pela mídia estatal mostra o ditador norte-coreano Kim Jong-un. A Coreia do Norte ameaçou a Coreia do Sul em 9 de novembro de 2017 (KRT/AP)
Foto sem data publicada pela mídia estatal mostra o ditador norte-coreano Kim Jong-un. A Coreia do Norte ameaçou a Coreia do Sul em 9 de novembro de 2017 (KRT/AP)

A televisão estatal disse que Kim Jong-un “orgulhosamente declarou” que o país havia alcançado seu objetivo de se tornar um “poder de mísseis” e enfatizou que Kim deu a ordem na terça-feira e divulgou uma foto da ordem assinada pelo ditador onde escreveu: “O lançamento do teste está aprovado. Será realizado ao amanhecer do dia 29 de novembro! Ele será lançado com coragem para o partido e o país! ”

A administração do presidente Trump reinseriu há uma semana atrás a Coreia do Norte na lista de patrocinadores de terroristas. O último lançamento de mísseis arruinou as iniciativas diplomáticas nascentes, despertou receios de uma guerra ou de um ataque preventivo dos Estados Unidos e lançou uma sombra mais profunda sobre a segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno no início do próximo ano na Coreia do Sul.

Seul respondeu lançando quase imediatamente três dos seus próprios mísseis numa demonstração de força. O presidente Moon Jae-in expressou preocupação de que a ameaça de mísseis da Coreia do Norte possa forçar os Estados Unidos a atacar a Coreia do Norte antes que ele possa desenvolver um míssil de longo alcance com ogiva nuclear, algo que, segundo os especialistas, pode ser iminente.

O ditador norte-coreano Kim Jong-un (não fotografado) observa o lançamento de um míssil Hwasong-12 nesta sequência de fotos sem data publicada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) em 16 de setembro de 2017
O ditador norte-coreano Kim Jong-un (não fotografado) observa o lançamento de um míssil Hwasong-12 nesta sequência de fotos sem data publicada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) em 16 de setembro de 2017

“Se a Coreia do Norte produzir um míssil balístico que consiga ir de um continente a outro, a situação pode ficar fora de controle”, disse Moon em uma reunião de emergência em Seul. “Devemos impedir uma situação na qual a Coreia do Norte pode cometer um erro de cálculo e nos ameaçar com suas armas nucleares ou uma situação em que os Estados Unidos considerem levar a cabo um ataque preventivo”.

Este lançamento foi o primeiro da Coreia do Norte desde que o país lançou um míssil de alcance intermediário sobre o Japão em 15 de setembro e que poderia ter interrompido qualquer iniciativa diplomática. As autoridades norte-americanas já haviam demonstrado a intenção de manter conversações diretas com a Coreia do Norte, desde que se mantivesse a moderação.

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