Missão da UE vai a Caracas para promover condições mínimas para eleições

24/09/2020 20:54 Atualizado: 24/09/2020 20:54

Por Agência EFE

Bruxelas, 24 set – Uma missão diplomática enviada pela União Europeia viajou nesta quinta-feira a Caracas para tentar promover “condições mínimas” para a realização de eleições legislativasdemocráticas” na Venezuela.

“Uma missão da UE está em Caracas nesta semana para fazer contatos com todos os partidos, incluindo as principais forças políticas, sociedade civil, acadêmicos, setor privado e a igreja”, disse um porta-voz da UE à Agência Efe.

De acordo com a fonte, a missão ocorre “no contexto dos esforços para promover condições democráticas mínimas antes das eleições legislativas”.

O envio da missão ocorre após a reunião do Grupo Internacional de Contato liderado pela UE com países europeus e latino-americanos, no dia 17 de setembro, por videoconferência, e o Conselho de Ministros das Relações Exteriores da UE, da segunda-feira passada.

Considerando que, nas condições atuais, a UE não seria capaz de reconhecer as eleições de 6 de dezembro como legítimas e a Assembleia Nacional resultante como representativa, o que aceleraria a ruptura da Venezuela com a comunidade internacional, Bruxelas faz agora uma tentativa final de manter o diálogo para melhorar a situação.

Na reunião do dia 17 com o Grupo de Contato Internacional, o alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, informou os participantes sobre os trabalhos realizados com as autoridades e a oposição para tentar reunir as condições para as eleições.

PEDIDO DE MEDIAÇÃO DA OPOSIÇÃO

Os chamados G4, como são conhecidos os quatro principais partidos de oposição representados no Parlamento venezuelano, pediram a Borrell que atuasse como intermediário com o governo de Nicolás Maduro, a fim de acordar as condições mínimas para que eles decidissem participar das eleições.

Algumas dessas condições são a restituição de líderes e a autorização para que todos os candidatos da oposição possam se candidatar.

A missão – liderada pelo secretário-geral adjunto do Serviço Europeu de Ação Externa, Enrique Mora, e pelo diretor-geral para as Américas em exercício, Javier Niño – estará em Caracas até segunda-feira e não descarta uma reunião com Maduro, além das planejadas com ministros de seu governo.

Além disso, a missão tentará apoiar os esforços do candidato presidencial Henrique Capriles, que negociou diretamente com o governo a favor das recentes libertações de opositores, e melhorar as condições para que as eleições sejam democráticas o máximo possível.

A UE deixou claro que, apesar de seu interesse em enviar uma missão de observação às eleições, não há condições para fazer isso dentro do prazo planejado.

Um possível adiamento não é visto como um fim, mas como uma oportunidade de ganhar tempo para melhorar as condições, levando em conta também a situação sanitária, já que o pico da pandemia de Covid-19 está previsto para chegar à Venezuela em dezembro.

A visita diplomática da UE ocorre após a apresentação de um relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, que denunciou execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, torturas e outros abusos por parte das autoridades venezuelanas.

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