Ministros do Mercosul assinaram nesta sexta-feira (07), em Assunção, uma declaração contra o terrorismo, 30 anos depois do atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita-Argentina (AMIA) em Buenos Aires, que matou 85 pessoas e feriu 300.
A Declaração AMIA para a Prevenção do Terrorismo foi acertada durante a 51ª Reunião de Ministros do Interior e Segurança do Mercosul e Estados Associados, realizada hoje na capital do Paraguai, informou a ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, em entrevista coletiva.
O atentado, realizado em 18 de julho de 1994, é um dos ataques terroristas mais graves da história do país.
Em 11 de abril, a Justiça da Argentina considerou o Irã e o grupo Hezbollah responsáveis pelo ataque e classificou o atentado como um “crime contra a humanidade”. Teerã negou envolvimento no ataque.
Durante seu discurso, Bullrich convidou seus colegas a participarem dos eventos de lembrança do atentado nos dias 17 e 18 de julho em Buenos Aires e enfatizou a importância da “confraternização” das forças policiais na luta contra o crime organizado.
A ministra da Segurança da Argentina disse que outro dos acordos fechados diz respeito à “segurança diária” dos cidadãos, com um plano de ação operacional para combater o roubo de telefones celulares.
Durante a reunião, realizada como parte da presidência pro tempore do Mercosul por parte do Paraguai, foram aprovados nove compromissos: sete sobre cooperação em segurança e dois relacionados ao acesso à justiça e à luta contra o crime organizado nos sistemas penitenciários, declarou o ministro do Interior paraguaio, Enrique Riera.
O acordo sobre o crime organizado será submetido à consideração dos participantes da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que será realizada em Assunção de 26 a 28 de junho, segundo Riera.
Outra declaração rejeita o tráfico de pessoas, o contrabando ilegal de migrantes e o crime organizado transnacional, afirmou o ministro da Justiça do Paraguai, Rodrigo Nicora.
Também foi aprovado “um guia de adaptação regional para a detecção precoce de situações de tráfico de pessoas nas passagens de fronteira”, de acordo com o ministro.
O ministro da Justiça do Brasil, Ricardo Lewandowski, destacou que, no Mercosul, a união “não se trata apenas de combater o crime e as organizações criminosas”, mas de “uma integração crescente nos níveis político, econômico, cultural e diplomático”.
A reunião também contou com a presença do ministro de Governo da Bolívia, Eduardo del Castillo; do ministro do Interior do Peru, Juan Carlos Santiváñez; e do ministro do Interior do Uruguai, Nicolás Martinelli.