Os ministros das Finanças do G20 não chegaram a um acordo neste sábado sobre a guerra na Ucrânia e seu impacto desestabilizador na economia mundial, embora a maioria tenha condenado a invasão russa no final de um encontro do grupo na Índia, que coincide com o primeiro aniversário do conflito.
Em termos semelhantes aos acordados em Bali (Indonésia) no ano passado, a maioria dos membros “condenou com firmeza a guerra na Ucrânia” e criticou seu impacto na economia mundial, segundo o resumo das reuniões dos ministros e presidentes de bancos centrais do G20 em Bangalore, no sul da Índia.
Desde sexta-feira passada, na primeira reunião de alto nível organizada pela Índia desde que assumiu a presidência do G20, os titulares das Finanças do grupo se reuniram em Bangalore para tentar uma posição conjunta sobre a invasão da Ucrânia e o controle da dívida.
Com exceção de Pequim e Moscou, dois dos quatro países cujos ministros ou presidentes de bancos centrais não compareceram pessoalmente à sessão, o restante do grupo culpou o conflito pelo aumento da inflação, pela interrupção das cadeias de abastecimento e pelo crescimento da insegurança alimentar e energética.
O sumário, conjunto, mas sem ser integralmente assinado por todos os membros, é divulgado em meio à tensão vista entre ontem e hoje no seio do grupo.
A vice-presidente do governo da Espanha, Nadia Calviño, afirmou durante as negociações que as conversas entre os titulares das Finanças estavam sendo “menos construtivas”.
Já o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, exigiu ontem uma firme condenação da invasão russa da Ucrânia antes de advertir que, caso contrário, Paris se oporia a qualquer declaração conjunta que diluísse a rejeição expressada pelo grupo em Bali.
A posição da Índia sobre o conflito, anfitriã do G20, foi vista como um dos maiores impedimentos para a adoção unânime de uma declaração.
Evitando a palavra “guerra” ou mencionar a Rússia, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse hoje que “desde o início dos acontecimentos na Ucrânia, a Índia tem insistido em resolver esta disputa por meio do diálogo e da diplomacia”.
Por sua vez, o G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) aproveitou a reunião de Bangalore para reafirmar seu apoio à Ucrânia, com uma ajuda financeira de US$ 39 bilhões até 2023, e para aumentar a pressão sobre o G20 para que tenha uma posição mais clara sobre a situação.
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