Ministro de Israel diz que apenas desmilitarização da fronteira com Líbano evitará guerra

Por Agência de Notícias
31/07/2024 17:22 Atualizado: 31/07/2024 17:22

O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, enviou uma carta a outros diplomatas na qual pediu pressão para implementar a resolução da ONU que exige a desmilitarização da fronteira de seu país com o Líbano, como única forma de evitar uma “guerra total” com o grupo terrorista Hezbollah.

“Israel não está interessado em uma guerra total, mas a única forma de evitá-la é a implementação imediata da Resolução 1701”, afirmou o chefe da diplomacia israelense na carta, que foi divulgada nesta quarta-feira pelo seu gabinete.

Katz relata na carta que o ataque realizado ontem por Israel contra a capital libanesa, Beirute, no qual foi morto o comandante do grupo xiita, Fuad Shukr, ocorreu em resposta ao bombardeio da cidade drusa de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, no qual morreram 12 crianças e adolescentes.

O diplomata descreveu a operação como uma “mensagem clara” de Israel: “Quem nos prejudicar será prejudicado com grande força”.

De acordo com Katz, a implementação da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas – que pôs fim à guerra entre Líbano e Israel de 2006 – significaria que os terroristas do Hezbollah posicionados ao longo da fronteira com Israel se retirariam para o norte, acima do rio Litani, bem como seu desarmamento.

Entre os motivos para exigir a medida, o ministro apontou a necessidade do retorno dos mais de 60 mil israelenses que, desde o início da troca de hostilidades na fronteira, tiveram de abandonar suas casas no norte do país, e que desde então residem em hotéis e outras residências financiadas pelo Estado.

Do outro lado da divisória, mais de 94 mil libaneses também tiveram de se deslocar para evitar o perigo representado pela constante travessia de foguetes.

A fronteira entre Israel e Líbano vive seu maior pico de tensão desde 2006, que custou a vida de pelo menos 574 pessoas, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou 354 baixas de milicianos e comandantes, algumas delas na Síria.

Por outro lado, pelo menos 47 pessoas morreram no norte de Israel em consequência destas trocas de disparos, das quais 22 eram soldados e 25 eram civis.