O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, disse na madrugada desta quinta-feira que o mandato do secretário-geral da ONU, António Guterres, representa “um perigo para a paz mundial”, depois de ter ativado o artigo 99 da Carta Fundadora das Nações Unidas para solicitar um cessar-fogo em Gaza ao Conselho de Segurança.
“O mandato de Guterres é um perigo para a paz mundial. Seu pedido para ativar o artigo 99 e o apelo a um cessar-fogo em Gaza constitui apoio à organização terrorista Hamas e um respaldo ao assassinato de idosos, ao rapto de bebés e ao estupro de mulheres”, escreveu Cohen em sua conta na rede social X.
“Qualquer pessoa que apoie a paz mundial deve apoiar a libertação de Gaza do Hamas”, acrescentou.
É a primeira vez desde que iniciou o seu mandato em 2017 que Guterres invoca o artigo 99, que prevê que o secretário-geral “pode chamar a atenção do Conselho para qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança no mundo”.
O político português tomou sua decisão “dada a magnitude da perda de vidas humanas em um período de tempo tão curto”, referindo-se aos dois meses de guerra desde que o Hamas atacou o território israelense em 7 de outubro, matando mais de 1.200 pessoas e fazendo mais de 240 reféns.
Desde então, mais de 16.200 pessoas morreram e cerca de 7.000 estão sob os escombros em Gaza, completamente sitiada pelas forças israelenses e sujeita a bombardeios constantes.
O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, também acusou ontem Guterres de ter atingido “um novo nível de torpeza moral”.
“O pedido de cessar-fogo do secretário-geral é na verdade um apelo à manutenção do reinado de terror do Hamas em Gaza”, escreveu Erdan no X.