O chanceler do Uruguai, Omar Paganini, compartilhou neste sábado (03) sua “grande preocupação” com a situação da Venezuela, com o alto representante da União Europeia (UE) para a Política Exterior, o espanhol Josep Borrell.
Foi o que o ministro das Relações Exteriores do país sul-americano disse em sua conta no X após o diálogo entre os dois países.
“Na manhã de hoje conversei com @JosepBorrellF, VP da @EU_Commission. Compartilhamos a grande preocupação pela situação na Venezuela. Concordamos na urgência de que o organismo responsável – o CNE – mostre todas as informações e permita uma revisão integral independente”, detalhou Paganini.
Um dia antes, o Governo do Uruguai reconheceu Edmundo González como vencedor nas eleições presidenciais da Venezuela, nas quais o Conselho Nacional Eleitoral anunciou como “vencedor” o ditador Nicolás Maduro.
“Com base em evidências esmagadoras, fica claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela”, escreveu Paganini no X.
Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores uruguaio emitiu um comunicado no qual ressaltou que a autoridade eleitoral “ainda não apresentou provas dos resultados reais, nem habilitou mecanismos de auditoria independente para a recontagem dos votos”.
Além disso, destacou que o Centro Carter declarou que a eleição “não se adequou aos parâmetros e padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrática”, enquanto a oposição reuniu mais de 80% das atas “sem que a veracidade delas tenha sido refutada”.
Com base nisso, sublinhou: “O Uruguai espera com grande expectativa o reconhecimento dos resultados eleitorais pelas autoridades venezuelanas competentes e o início do processo de transição para a constituição de um novo governo, em um marco de paz e respeito aos direitos humanos”.
Enquanto isso, Borrell afirmou na quarta-feira em Hanói (Vietnã) que a UE não pode reconhecer os resultados das eleições na Venezuela até que haja uma apuração completa e “verificada de maneira independente”.
“O Conselho Nacional Eleitoral só apresentou o resultado correspondente a 80% da apuração, e sem fornecer nenhuma fonte ou sistema que permita sua verificação”, disse Borrell, durante uma visita a esse país asiático.