Ministro das Relações Exteriores da Rússia adverte: Terceira Guerra Mundial ‘será nuclear’

Putin ordenou que as forças estratégicas que operam parte do arsenal nuclear da Rússia estivessem em estado de alerta

02/03/2022 14:59 Atualizado: 02/03/2022 14:59

Por Jack Phillips 

O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou na quarta-feira que uma Terceira Guerra Mundial seria “nuclear e destrutiva” em meio à invasão da Ucrânia.

“A Terceira Guerra Mundial será nuclear e destrutiva… O presidente Biden é um homem experiente e já havia declarado que a única alternativa à guerra são as sanções”, afirmou Lavrov em entrevista ao canal árabe da Al Jazeera, sem dar detalhes, segundo a Gazeta, uma mídia russa, e a Reuters.

Lavrov também alegou que a Rússia estaria em “perigo real” se a Ucrânia adquirisse armas nucleares. Não há evidências de que a Ucrânia estivesse tentando adquirir armas nucleares do Ocidente, e a Ucrânia desistiu de suas armas nucleares no início da década de 1990, após a dissolução da União Soviética.

No início desta semana, o espectro de uma guerra nuclear foi levantado quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que as forças estratégicas de dissuasão de seu país, que operam parte do arsenal nuclear da Rússia, estivessem em estado de alerta. Alguns analistas comentaram que a ordem visava intimidar os Estados Unidos e a OTAN para que não se envolvessem no conflito na Ucrânia.

A Rússia, como os Estados Unidos, possui milhares de armas nucleares, mas ambos os países enfatizaram ao longo dos anos que a guerra nuclear levaria à aniquilação de ambos os lados, ou à doutrina militar conhecida como destruição mutuamente assegurada.

No início desta semana, Biden foi questionado se os americanos deveriam se preocupar com uma guerra nuclear. Biden respondeu: “Não”.

“Estamos avaliando a diretiva do presidente Putin. E, neste momento, não vemos razão para mudar nossos próprios níveis de alerta”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, a repórteres na segunda-feira, acrescentando que os Estados Unidos não tentarão aumentar a retórica após os comentários e ordens de Putin. “Achamos que uma retórica provocativa como essa em relação às armas nucleares é perigosa, aumenta o risco de erro de cálculo, deve ser evitada e não vamos ceder a isso”, acrescentou.

Na tarde de quinta-feira, horário local, a Rússia afirmou que suas forças capturaram a cidade de Kherson, no sul da Ucrânia, de acordo com a Reuters. No entanto, Oleksiy Arestovych, assessor do gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, afirmou que “a cidade não caiu, nosso lado continua se defendendo” em meio aos combates em andamento, destacando as reivindicações opostas de vitórias militares em ambos os lados do conflito.

O Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia informou à Associated Press na quarta-feira que pelo menos 2.000 civis foram mortos até agora, embora o número não possa ser verificado de forma independente.

E Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, com uma população de cerca de 1,5 milhão de habitantes, foi novamente atacada na quarta-feira. Ao mesmo tempo, fotos de satélite da Maxar mostram um enorme comboio de tanques russos e outros veículos que se estendem por quilômetros fora de Kiev.

A Agência Internacional de Energia Atômica, órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas, afirmou que a Rússia disse à agência que seus militares assumiram o controle da maior usina nuclear da Ucrânia, mas as operações continuam normalmente.

A Associated Press contribuiu para esta reportagem.

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