O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, teve nesta quinta-feira (23) em Pequim uma reunião com o assessor especial da Presidência e ex-chanceler Celso Amorim, na qual destacou o impacto “global” das relações entre o país asiático e o Brasil.
Wang enfatizou a importância da relação estratégica entre a China e Brasil, que “transcende a esfera bilateral”, de acordo com um comunicado divulgado pela pasta.
Ambos os países, como “representantes de economias emergentes e membros-chave do grupo BRICS”, concordaram em olhar para o futuro com uma visão estratégica, estabelecendo novas metas para inaugurar um “próximo meio século dourado” de cooperação, disse Wang, referindo-se ao 50º aniversário do estabelecimento de laços entre as duas nações, que é comemorado neste ano.
Wang destacou que China e Brasil têm economias “altamente complementares” e compartilham “posições semelhantes em questões internacionais e regionais importantes”, o que representa um “ativo estratégico valioso” e uma “base política para uma cooperação mais profunda e confiança mútua”.
“É encorajador ver a ascensão coletiva dos países do ‘sul global’, representados pela China e pelo Brasil, promovendo um equilíbrio mais justo e razoável do poder global”, afirmou.
Por sua vez, Celso Amorim enalteceu a importância estratégica da relação entre Brasil e China, que segundo ele tem um “papel crucial na defesa dos interesses comuns dos países em desenvolvimento, contribuindo para a estabilidade e a paz mundiais”.
O Brasil, segundo ele, está “disposto a planejar a cooperação em vários campos, expandir o comércio e os investimentos e explorar novas áreas, como inteligência artificial e economia digital”, “enriquecendo assim a parceria estratégica abrangente” entre os dois países.
Wang e Amorim também apresentaram uma proposta conjunta com uma série de sugestões para que Rússia e Ucrânia cheguem a uma solução política para o conflito.