O ministro da Fazenda da Colômbia, Ricardo Bonilla, enviou uma carta ao Ministério Público (MP) do país denunciando supostos atos ilegais do presidente da Ecopetrol, Ricardo Roa, e de Nicolas Alcocer, filho adotivo do presidente, Gustavo Petro, segundo noticiou a imprensa local nesta quarta-feira (04).
Na carta, revelada pela “Blu Radio”, Bonilla afirma que Roa – que foi gerente de campanha de Petro e já está sendo investigado por possíveis irregularidades no financiamento dela – “quer manter todas as empresas de energia e lucrativas do setor”.
Além disso, denuncia Alcocer, que é o segundo filho de Petro a ser envolvido na controvérsia, por tentar “exercer pressão indevida” sobre o conselho da Ecopetrol “para assumir o controle e favorecer seus amigos mais próximos”.
A carta foi enviada em relação à investigação sobre a usina hidrelétrica de Urrá, em Córdoba, e nela o ministro quer fornecer ao MP supostas informações que recebeu sobre pressões indevidas para favorecer contratos com a hidrelétrica, cuja participação majoritária é do Estado.
Bonilla denuncia funcionários e contratados externos, que teriam tido “pleno conhecimento interno e acesso privilegiado a informações técnicas”, e fala de supostas pressões exercidas por Roa e Alcocer sobre a diretoria da Urrá.
Isso em um “aparente esforço para assumir o controle da empresa e favorecer aliados próximos na concessão de contratos, especificamente em relação ao Parque Solar Urrá 19.9, cuja construção sofreu um atraso de dois anos e meio”, conforme revelado pela Blu Radio.
Esta não é a primeira vez que o filho de Petro está envolvido em um caso sob investigação do MP, já que o primogênito, Nicolás Petro, é atualmente acusado de suposta lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e violação de dados pessoais e está em prisão domiciliar em Barranquilla desde meados de 2023.
Depois de ser preso em julho de 2023, o filho de Petro admitiu, de acordo com o MP, que recebeu dinheiro para a campanha de Samuel Santander Lopesierra – extraditado e condenado nos Estados Unidos por tráfico de drogas em 2007 – e Gabriel Hilsaca Acosta, filho do polêmico empresário Alfonso ‘Turco’ Hilsaca.
O MP alega que Nicolás “ocultou e encobriu” somas de até 500 milhões de pesos (cerca de US$ 119 mil) dadas por políticos como Máximo Noriega, acusado de ser o intermediário entre possíveis traficantes de drogas e o filho do presidente.
Parte desse dinheiro supostamente foi para a campanha de Petro para a presidência em 2022, embora Nicolás tenha afirmado em entrevista à revista Semana que o presidente não sabia disso, em um caso pelo qual Roa também está sendo questionado.