O ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, viajará à China para fechar acordos nos âmbitos financeiros e energéticos, ao mesmo tempo em que buscará abrir novos mercados para os produtos argentinos, segundo disseram neste domingo à EFE fontes do seu entorno.
A comitiva de Massa, que chegará ao país asiático na próxima terça-feira, será composta por um grande número de autoridades, entre elas o ministro dos Transportes, Diego Giuliano; a presidente da Câmara dos Deputados, Cecilia Moreau; e o presidente do Banco Central, Miguel Ángel Pesce.
Primeira parada: Xangai
A agenda de Massa começará na própria terça-feira com uma reunião com as autoridades do China Gezhouba Group, que terá como foco o projeto em execução das barragens do rio Santa Cruz, localizado na Patagônia argentina.
Posteriormente, se reunirá com um grupo de representantes da empresa Power China, com quem abordará os “projetos relacionados com o desenvolvimento energético do país”; e depois terá outro encontro, dessa vez com as autoridades da CET State Grid, para discutir a expansão do sistema de transmissão de energia elétrica.
A agenda de Massa continuará na quarta-feira com uma reunião com os diretores da Tibet Summit Resources, na qual buscará “promover o investimento no desenvolvimento da mineração e da extração de lítio”.
Durante o resto do dia, o ministro da Economia vai conduzir dois encontros com os sócios das empresas Ganfeng Lithium e Tsingshan Holding Group, com o objetivo de promover os investimentos de mineração nas diferentes províncias do país.
Em seu último dia em Xangai, na quinta-feira, Massa se reunirá com a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, a ex-presidente Dilma Rousseff, e terá ainda encontros bilaterais com o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, e funcionários do Ministério das Relações Exteriores da China.
Atividades em Pequim
Na sexta-feira, já em Pequim, Massa conversará com o vice-ministro da Administração Geral das Alfândegas da China (GACC), Wang Lingjun, “com quem abordará a incorporação de novos produtos no mercado chinês”, segundo fontes próximas ao ministro.
Terminada essa reunião, o ministro da Economia assinará a Iniciativa do Cinturão e Rota com o presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Zheng Shanjie, um ano depois de a Argentina formalizar sua adesão a esse multimilionário projeto de investimentos e infraestrutura promovido pela China.
Em seguida, Massa terá uma reunião de trabalho com o governador do Banco Popular da China (BPC), Yi Gang, na qual falarão sobre a “renovação” e “extensão” do swap cambial entre Argentina e China.
Como último ato de sua visita, se reunirá no próximo sábado com o ministro das Finanças chinês, Liu Kun, para tratar do “financiamento bilateral” de obras de infraestrutura.
Emergências econômicas
A viagem de Massa acontecerá em um momento particularmente adverso para a economia argentina, atingida por uma seca histórica que causou perdas de mais de US$ 15 bilhões em exportações neste ano.
Como consequência dessa menor entrada de divisas, o Banco Central enfrenta sérias dificuldades para conter a queda das reservas monetárias, o que levou à abertura de negociações entre o governo argentino e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para redefinir as metas do programa estabelecido com o organismo multilateral.
Nesse contexto, a Argentina tem promovido vários acordos com o gigante asiático para tentar aliviar sua conturbada situação econômica. No final de abril, por exemplo, anunciou que pagará com yuans e não com dólares as importações da China.
Segundo dados oficiais, a China foi um dos principais parceiros comerciais da Argentina em 2022: as exportações para o país asiático totalizaram US$ 8,022 bilhões no ano passado, um aumento interanual de 27,4%; enquanto as importações da China somaram US$ 17,516 bilhões, 29,4% a mais que em 2021.
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