Por Victoria Kelly-Clark e Equipe do Epoch Times de Sydney
O ministro da Defesa australiano, Peter Dutton, classificou como “cômica” a advertência do Partido Comunista Chinês (PCC) de que a Austrália deveria se abster de realizar qualquer coisa “destrutiva” ao relacionamento Austrália-China.
Dutton descreveu os comentários do embaixador interino do PCC na Austrália, Wang Xining, como “tão bobo que é engraçado”.
Wang chamou a Austrália de “os caras travessos” em uma entrevista ao Guardian sobre o acordo do submarino AUKUS, afirmando que isso prejudica a reputação da Austrália como amante da paz e declarou que os australianos “deveriam estar mais preocupados”.
O embaixador interino também relatou que a Austrália seria marcada como um “portador de sabre” em vez de um “defensor da paz” como resultado do plano do submarino, que também afetaria o sistema de não proliferação nuclear.
O diplomata pediu à Austrália que “se abstenha de fazer qualquer coisa destrutiva” ao relacionamento dos dois países após Dutton declarar que a Austrália deveria se juntar aos Estados Unidos para ajudar Taiwan, se houver um conflito com Pequim.
Os comentários do oficial do PCC vieram após o ministro da Defesa se pronunciar diversas vezes sobre a China nas últimas duas semanas.
Ao aparecer no documentário da Sky News, ‘China Rising’, Dutton falou sobre a decisão australiana de se opor à interferência do PCC na Austrália e observou que as agências de segurança nacional conseguiram coletar grandes quantidades de dados sobre as atividades do regime chinês, as quais foram confirmadas por meio de evidências.
“É claro que recebemos informações e formamos julgamentos ao longo de um período de tempo, os quais foram apoiados por evidências”, afirmou Dutton. “Acho que as pessoas ficariam perplexas com a quantidade de informações e a direção muito clara que a China está tomando agora”.
Dutton continuou explicando que, embora o governo australiano tenha ganhado a ira do regime chinês em 2018, quando o governo de Morrison decidiu proibir as empresas de telecomunicações chinesas, Huawei e ZTE, de participarem da rede 5G da Austrália.
Dutton admitiu que a mudança agravou a relação com o Partido Comunista Chinês, mas enfatizou que foi “absolutamente a decisão certa a ser tomada” por nosso país.
Dutton também declarou ao The Australian na semana passada que: “Seria inconcebível não apoiarmos os EUA em uma ação se os EUA decidissem agir”.
Wang também rotulou a visita à Taiwan – ilha auto governada que o PCC reivindica como sua – no último mês pelo ex-primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, como “muito infeliz”.
Dutton descartou o aviso de Wang como “cômico”.
“Esse tipo provocativo de declarações cômicas – realmente, é tão bobo que é engraçado”, afirmou Dutton ao Nine Network na sexta-feira.
“Não vemos [isso] de nenhum outro embaixador aqui na Austrália. É notável.”
“A maioria dos australianos percebe a natureza improdutiva dos comentários e que eles deveriam ser dispensados imediatamente.”
Os comentários foram feitos após Dutton afirmar que a Austrália se levantará com seus aliados contra o PCC para proteger a liberdade e a paz na região do Indo-Pacífico.
“Vamos defender aquilo em que acreditamos e apoiar nossos parceiros, incluindo os Estados Unidos, para garantir que haja paz prevalecente em nossa região”, afirmou à rádio 2GB na quinta-feira.
“Esta é a conduta do Partido Comunista Chinês. Não estamos lidando com um regime democrático. Não estamos lidando com alguém que segue as regras internacionais e vemos isso todos os dias no Mar da China Oriental.”
A relação entre a Austrália e a China está em um ponto baixo desde que a Austrália pediu para investigar a origem da COVID-19 no início de 2020, com as exportações australianas, incluindo carvão, carne bovina, lagosta, madeira e vinho se deparando com a guerra comercial politicamente motivada por Pequim.
O presidente americano Joe Biden afirmou no mês passado que os Estados Unidos possuem o “compromisso” de defender Taiwan se a China atacar. No entanto, o governo mais tarde desistiu dos comentários de Biden sobre a defesa de Taiwan, substituindo-o por um apoio moderado e ambíguo à ilha.
“O presidente Biden ressaltou seu compromisso com a Política de Uma China, que é orientada pela Lei de Relações de Taiwan, os Três Comunicados Conjuntos e as Seis Garantias”, afirmou o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, sobre a primeira cúpula virtual de Biden com o líder do PCC, Xi Jinping, esta semana.
“[Biden] compreende profundamente, em primeira mão, que a lei deixa claro que qualquer esforço para moldar o futuro de Taiwan por outros meios que não sejam pacíficos é de grande preocupação aos Estados Unidos.”
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