Ministério Público do Peru espera retomar cooperação com Brasil no caso da Odebrecht

Por Agência de Notícias
03/11/2022 17:03 Atualizado: 03/11/2022 17:03

O Ministério Público do Peru espera retomar a cooperação com a Procuradoria Geral da República do Brasil sobre o caso da Odebrecht, após suspensão temporária da aliança, devido pedido da Novonor – novo nome da empreiteira -, que denunciou a violação das autoridades peruanas ao acordo entre as partes.

“Se espera que a Procuradoria Geral do Brasil reavalie a suspensão temporária e seja retomada a cooperação jurídica”, indicou o MP do Peru, em comunicado que detalhou que a equipe especial encarregada do caso Lava Jato no país andino formulará os “esclarecimentos correspondentes”.

O Ministério Público Federal do Brasil determinou a suspensão do acordo de cooperação com o Peru, segundo um documento a que teve acesso a Agência EFE, até que sejam apresentados novos esclarecimentos por parte das autoridades peruanas diante da “gravidade e verossimilhança das informações” alegadas pela empresa.

Após a divulgação da informação no domingo, o promotor peruano Rafael Vela, coordenador da equipe da Lava Jato, garantiu que o Ministério Público do Peru “sempre respeitou de maneira rigorosa todos os acordos” no caso Odebrecht.

A suspensão do acordo implicaria o adiamento dos depoimentos de vários funcionários da empreiteira, que estavam programados para novembro, como testemunhos no julgamento oral do ex-presidente peruano Ollanta Humala, que ficou no poder de 2011 a 2016.

O antigo chefe de Estado é acusado, junto com a mulher, Nadine Heredia, pelo suposto financiamento irregular do Partido Nacionalista durante as campanhas eleitorais de 2006 e 2011, e encara um pedido de 20 anos de prisão por lavagem de dinheiro.

Além disso, se trata do ex-presidente peruano que senta no banco dos réus pelo escândalo da Lava Jato, depois d também serem denunciados pelo mesmo crime Alejandro Toledo (2001-2006), o falecido Alan García (2006-2011) e Pedro Pablo Kuczynski (2006-2008), assim como Keiko Fujimori, três vezes candidata à presidência.

A Odebrecht assinou um acordo de colaboração com o Ministério Público do Peru, em 2018, em um processo em que a companhia reconheceu os casos de corrupção e se dispôs a reparar o Estado pelos danos civis causados pelas propinas pagas durante ano para a vencer licitações.

 

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