O Ministério Público da Geórgia intimou nesta quarta-feira (30) a presidente do país, Salome Zurabishvili, por conta de suas denúncias de fraude nas eleições parlamentares do sábado passado, nas quais o partido governista, Sonho Georgiano, venceu com maioria absoluta.
“Não perdemos as eleições, eles roubaram os nossos votos, roubaram o nosso futuro”, disse a chefe de Estado no domingo passado, em um grande comício da oposição em frente à sede do Parlamento georgiano.
Em resposta a um pedido apresentado nesta quarta-feira pela Comissão Eleitoral Central (CEC) da Geórgia, o Ministério Público anunciou a abertura de uma investigação sobre as alegadas fraudes nas eleições parlamentares.
“A presidente da Geórgia foi intimada a prestar depoimento no dia 31 de outubro de acordo com as normas legais”, afirmou a procuradoria, acrescentando que, por conta das suas declarações, Zurabishvili “deve ter provas da suposta fraude”.
A chefe de Estado, apesar de gozar de imunidade, é obrigada a comparecer para depor, embora possa solicitar fazê-lo não no Ministério Público, mas sim perante um juiz.
De acordo com os resultados oficiais das eleições parlamentares, o Sonho Georgiano obteve cerca de 54% dos votos e ocupará 89 dos 150 assentos no Parlamento.
As quatro coligações da oposição que conseguiram votos suficientes para entrar no Parlamento denunciaram uma fraude nas eleições e anunciaram que vão boicotar a formação da Câmara.
Por sua vez, a União Europeia e os Estados Unidos pediram às autoridades georgianas para que investiguem as alegadas irregularidades cometidas durante a votação e a apuração.