O Ministério Público da Colômbia acusou o ex-candidato presidencial Óscar Ivan Zuluaga e o seu filho David, de tentarem ocultar aportes da construtora Odebrecht para cobrir despesas de publicidade durante as eleições de 2014.
O ex-candidato do partido uribista Centro Democrático e o seu filho, que era o seu diretor de campanha, vão assim a julgamento, após a procuradoria ter considerado que podem ter incorrido em enriquecimento ilícito ao aceitarem uma contribuição ilegal de US$ 1,61 milhão da Odebrecht para a campanha presidencial de 2014, na qual Zuluaga perdeu no segundo turno para Juan Manuel Santos.
“As provas demonstram que Óscar Iván Zuluaga sabia que receber financiamento de fontes internacionais era ilícito e apresentou à autoridade eleitoral os relatórios de receitas e despesas do primeiro e do segundo turno sem reportar a contribuição econômica da Odebrecht”, explicou o Ministério Público em comunicado.
Com essas manobras, Zuluaga obteve por reposição de votos (dinheiro recebido pelos candidatos que alcançam bons resultados para cobrir gastos da campanha) mais de 25,291 milhões de pesos (cerca de US$ 613 mil).
Zuluaga, segundo relato da procuradoria, teria feito um acordo com o então representante da empresa na Colômbia, Eleuberto Antonio Martorelli, para pagar essa quantia ao publicitário brasileiro Duda Mendonça, algo que nunca foi comunicado à autoridade eleitoral.
Pai e filho decidiram omitir nas suas declarações ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) as contribuições da empresa brasileira e, assim, segundo a procuradoria, “induziram ao erro o CNE, que encerrou uma investigação administrativa que estava conduzindo sobre financiamento estrangeiro”, um fato proibido pela Constituição no financiamento de campanhas.
O Ministério Público acusa agora Zuluaga de dois atos de falsificação de documentos privados, três de fraude processual e um de enriquecimento ilícito de particulares. O seu filho é também acusado de um caso de fraude processual.
De acordo com a investigação do Ministério Público, Zuluaga – que se apresentou como candidato do uribismo nas eleições de 2022, mas desistiu antes do primeiro turno – e membros de sua campanha teriam se reunido com ex-diretores da construtora em São Paulo e Bogotá.
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