Militares são condenados a 20 anos de prisão pelo “Caso Queimados” na ditadura chilena

Por Agência de Notícias
07/01/2024 00:15 Atualizado: 07/01/2024 00:15

A Justiça do Chile proferiu, neste sábado, a sentença definitiva de 20 anos de prisão contra quatro militares reformados por queimarem vivos dois jovens em 1986, em um dos episódios mais atrozes da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), conhecido como “Caso Queimados”.

A Segunda Câmara Criminal da Suprema Corte rejeitou todos os recursos interpostos pela defesa dos acusados, rejeitando a aplicação de circunstâncias atenuantes apresentadas como meia prescrição e devida obediência.

Desta forma, o tribunal condenou a 20 anos de prisão os militares Julio Castañer González, Iván Figueroa Canobra, Nelson Medina Gálvez e Pedro Fernández Dittus por serem autores de homicídio qualificado no caso de Rodrigo Rojas Denegri e do homicídio frustrado de Carmen Gloria Quintana.

A Justiça chilena determinou a redução das penas de outros seis militares em uma “radical distinção”, por se tratarem de pessoal subalterno.

As vítimas foram detidas por uma patrulha militar em 2 de julho de 1986, durante um dia de protesto contra a ditadura militar, e posteriormente espancadas, encharcadas com gasolina e queimadas vivas.

Os condenados lançaram as vítimas em uma vala junto a uma estrada rural, nos arredores de Santiago, na comuna de Quilicura.

Rojas morreu horas depois do ataque, mas Carmen Quintana, de apenas 17 anos, conseguiu se salvar apesar das graves queimaduras e ferimentos.

O ‘Caso Queimados’, um dos mais emblemáticos, motivou protestos contra a ditadura a nível nacional e no exterior, principalmente nos Estados Unidos, onde vivia o fotógrafo assassinado.