Milionário argentino é suspeito de ajudar a esconder fortuna ilícita de Maduro

São esperadas novas sanções dos Estados Unidos à Venezuela

27/05/2019 15:01 Atualizado: 02/06/2019 20:54

Por Jesús de León, Epoch Times

Um milionário argentino de origem israelense está sendo alvo dos departamentos de Justiça e Tesouro dos Estados Unidos devido a suas ligações com a fortuna secreta de Nicolás Maduro.

De acordo com uma reportagem do jornal colombiano El Tiempo, “vários movimentos e empresas” do bilionário argentino de 44 anos Diego Adolfo Marynberg, residente em Nova Iorque, são “a nova pista” que as autoridades norte-americanas estão seguindo para descobrir o paradeiro da fortuna escondida de Maduro e sufocar suas fontes de investimento estrangeiro.

Segundo essa fonte, a chegada de Marynberg à Venezuela em 2006 para investir em empresas públicas ou expropriadas por Hugo Chávez foi bem vista pela ditadura bolivariana, disseram informantes hoje sob proteção dos Estados Unidos.

Marynberg fez negócios com Hugo Chávez e Nicolás Maduro — e também na Argentina, durante o último mandato de Cristina Kirchner, relatou El Español. “Em ambos os casos, facilitando o acesso irrestrito desses governos aos mercados de capitais, devido a sua baixa classificação de dívida. Uma intermediação generosamente recompensada”.

Argentina

Embora os federais tenham um interesse especial no que Marynberg conseguiu com o regime venezuelano, eles também investigam os negócios que ele realizou na Argentina durante o mandato de Cristina Fernández de Kirchner.

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Aparentemente, de acordo com essa mídia, os lucros obtidos pelos negócios opacos daquele governo foram movidos por meio de títulos transferidos para um banco em Curaçao.

“Já se sabe que uma boa parte do dinheiro veio da venda de títulos emitidos pelo governo venezuelano que circularam por meio do Mercantil Agente de Valores S.A., cujo chefe é Diego Marynberg”, relatou El Tiempo.

A atenção das autoridades está voltada para os negócios da GEO Oportunitys Equity Ltda, empresa que aparece entre as de melhor desempenho entre os fundos de ações da América Latina.

“Os lucros lançados por esse fundo permitiram à Argentina adquirir o Mercantil Servicios Financieros CA, o segundo banco mais importante da Venezuela, durante o mandato de Chávez.”

Por outro lado, este “Adar Capital Partners”, que é um fundo de investimento — com escritórios em Buenos Aires, Nova York e Tel Aviv —, através do qual realiza negócios em bolsas de valores e, entre outros setores, no ramo imobiliário.

“Em seu relacionamento com o governo de Kirchner, Marynberg também esteve envolvido em um escândalo, junto com o ex-ministro da Economia argentino, Axel Kicillof, no contexto de uma venda de uma emissão de 300 milhões de dólares, feita pelo Banco Central da República Argentina (BCRA) ao banco suíço UBS, que foram finalmente recomprados pela Latam Securities, empresa controlada por Marynberg”, informou El Español.

Da mesma forma, o jornalista Jaime Bayly disse em 13 de maio que tem informações segundo as quais Marynberg ajudou Maduro a realizar operações fraudulentas com libras esterlinas (moeda do Reino Unido), por um valor que supera 800 milhões de dólares e que eles teriam feito isso entre 2014 e 2015.

São esperadas novas sanções dos Estados Unidos

Nesta semana, fontes citadas pela agência Reuters disseram que várias agências dos Estados Unidos, como o Conselho de Segurança Nacional e os departamentos de Tesouro, Estado e Justiça, seriam acrescentadas à execução de novas ações que visam dificultar o funcionamento do regime venezuelano.

“Os Estados Unidos prometem apontar empresários que fizeram empréstimos para milionárias operações de lavagem de dinheiro. É dado como certo que um dos acima mencionados é o barranquillero Álex Saab, o rei das chamadas caixas Clap, com as quais o regime exerce controle social sobre a população mais pobre”, relatou El Tiempo.

Desde 2018, os Estados Unidos denunciam que o CLAP está sujeito ao roubo em grande escala por parte do regime.

Durante uma reunião entre autoridades da Colômbia, México, Panamá e Estados Unidos, eles disseram que o regime está usando a ajuda alimentar e humanitária como uma arma de controle social.

“Os quatro países condenaram o roubo em larga escala dos fundos do Programa de Ajuda Alimentar da Venezuela (CLAP) e compartilharam informações financeiras sobre as redes de corrupção que estão se beneficiando às custas do sofrimento do povo venezuelano”, disse o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos em um comunicado.

Há duas semanas, o Departamento do Tesouro observou que as rações CLAP foram usadas para uma gigantesca operação de lavagem de dinheiro em favor de Maduro.

“Os corruptos (do regime de) Maduro continuam buscando fontes de renda ilícitas, apesar do fato de que o povo e a economia venezuelana estarem se afundando cada vez mais no desespero. Estamos alertando as instituições financeiras para o fato de que o regime de Maduro está usando planos sofisticados, incluindo o desvio da assistência humanitária, para contornar as sanções e se manter no poder”, disse Sigal Mandelker, vice-secretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira.