Milhares de venezuelanos se reuniram nesta terça-feira (30) em Caracas, em um ato convocado pela oposição majoritária, para rejeitar pelo segundo dia consecutivo a fraude nos resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou Nicolás Maduro como “presidente reeleito” com 51,2% dos votos.
Em sua maioria vestidos de branco e entoando slogans contra o chavismo, que governa o país desde 1999, os partidários da Plataforma Democrática Unida (PUD) lotaram um ponto da cidade, onde aguardavam a chegada da líder da oposição María Corina Machado e do candidato presidencial do bloco anti-Chávez, Edmundo González Urrutia.
A atividade é a primeira organizada em grande escala depois que inúmeros protestos foram registrados na segunda-feira em várias regiões do país, onde o povo venezuelano tem rejeitado o resultado eleitoral fornecido pelo CNE. A PUD garantiu que tem as evidências para provar que seu candidato venceu as eleições por uma ampla margem, ao contrário do que foi anunciado pelo órgão eleitoral.
Machado e González Urrutia chegaram a bordo de um caminhão, a partir do qual viajaram alguns quilômetros em uma caravana, e fizeram um discurso no qual reiteraram que a “luta” que estão promovendo é pacífica e busca fazer com que as autoridades reconheçam que o chavismo, no poder desde 1999, perdeu as eleições.
Ambos expressaram sua solidariedade às vítimas dos protestos, que, segundo organizações não governamentais, foram estimadas em seis mortos e 84 feridos, enquanto a Procuradoria Geral da República contabilizou 749 prisões e 48 policiais e militares feridos, um deles morto “por tiros disparados pelos manifestantes”.
A EFE informou que, depois de cerca de três horas de concentração, a multidão se dispersou pacificamente – como os organizadores haviam solicitado repetidamente – e os cidadãos liberaram a estrada sem contratempos ou violência.