Milhares de cidadãos se reuniram nesta segunda-feira (28)em frente ao prédio do Parlamento em Tbilisi, capital da Geórgia, para protestar contra a vitória do partido governista Sonho da Geórgia nas eleições parlamentares de sábado, cuja imparcialidade foi questionada pela oposição e pela União Europeia (UE).
Imagens transmitidas pela televisão local mostraram uma multidão nos degraus do prédio do Parlamento, um ponto de encontro tradicional para manifestantes em ações contra o governo.
Antes do início do protesto, as sedes do Parlamento e do governo foram isoladas por forças policiais de choque.
A prefeita de Tbilisi e secretária-geral do Sonho da Geórgia, Kaja Kaladze, advertiu os participantes do protesto que qualquer violação das leis seria severamente punida pelo Poder Judiciário.
O protesto envolve os quatro blocos de oposição que conquistaram assentos no Parlamento: Coalizão para a Mudança, Unidade – que inclui o Movimento Nacional Unido do ex-presidente da Geórgia Mikheil Saakashvili, que está preso, e o partido Estratégia de Renascimento – Geórgia Forte e Gajaria pela Geórgia.
Após o anúncio da vitória do Sonho da Geórgia, os quatro blocos se recusaram a reconhecer os resultados da eleição e anunciaram seu boicote ao Parlamento.
A presidente do país, Salome Zurabishvili, e o ex-presidente Mikheil Saakashvili, que está preso, convocaram os georgianos a protestar em frente ao Parlamento, acusando o partido governista de falsificar as eleições.
Além disso, Zurabishvili se dirigiu à comunidade internacional em um apelo para “não reconhecer as eleições ilegítimas e o governo ilegítimo” e apoiar o povo georgiano.
A UE, que congelou as negociações de adesão com a Geórgia, pediu às autoridades locais que investiguem as supostas “irregularidades” detectadas durante a votação e a contagem dos votos.
O Kremlin acusou hoje as forças externas – referindo-se a Estados Unidos e UE – de tentar desestabilizar a situação na nação caucasiana ao questionar a imparcialidade das eleições.