Milhares de pessoas protestam na Geórgia contra vitória do partido governista nas eleições

Por Agência de Notícias
28/10/2024 17:03 Atualizado: 28/10/2024 17:03

Milhares de cidadãos se reuniram nesta segunda-feira (28)em frente ao prédio do Parlamento em Tbilisi, capital da Geórgia, para protestar contra a vitória do partido governista Sonho da Geórgia nas eleições parlamentares de sábado, cuja imparcialidade foi questionada pela oposição e pela União Europeia (UE).

Imagens transmitidas pela televisão local mostraram uma multidão nos degraus do prédio do Parlamento, um ponto de encontro tradicional para manifestantes em ações contra o governo.

Antes do início do protesto, as sedes do Parlamento e do governo foram isoladas por forças policiais de choque.

A prefeita de Tbilisi e secretária-geral do Sonho da Geórgia, Kaja Kaladze, advertiu os participantes do protesto que qualquer violação das leis seria severamente punida pelo Poder Judiciário.

O protesto envolve os quatro blocos de oposição que conquistaram assentos no Parlamento: Coalizão para a Mudança, Unidade – que inclui o Movimento Nacional Unido do ex-presidente da Geórgia Mikheil Saakashvili, que está preso, e o partido Estratégia de Renascimento – Geórgia Forte e Gajaria pela Geórgia.

Após o anúncio da vitória do Sonho da Geórgia, os quatro blocos se recusaram a reconhecer os resultados da eleição e anunciaram seu boicote ao Parlamento.

A presidente do país, Salome Zurabishvili, e o ex-presidente Mikheil Saakashvili, que está preso, convocaram os georgianos a protestar em frente ao Parlamento, acusando o partido governista de falsificar as eleições.

Além disso, Zurabishvili se dirigiu à comunidade internacional em um apelo para “não reconhecer as eleições ilegítimas e o governo ilegítimo” e apoiar o povo georgiano.

A UE, que congelou as negociações de adesão com a Geórgia, pediu às autoridades locais que investiguem as supostas “irregularidades” detectadas durante a votação e a contagem dos votos.

O Kremlin acusou hoje as forças externas – referindo-se a Estados Unidos e UE – de tentar desestabilizar a situação na nação caucasiana ao questionar a imparcialidade das eleições.