Milhares de pessoas protestam contra passaporte de vacinação para trabalhadores romenos

Romênia é o segundo país menos vacinado da UE em meio à desconfiança nas instituições estatais

22/12/2021 14:00 Atualizado: 22/12/2021 14:00

Por Lorenz Duchamps 

Uma grande multidão de manifestantes romenos foi às ruas de Bucareste na terça-feira para expressar sua preocupação à vontade governamental de tornar obrigatório o passaporte sanitário contra a COVID-19 para os trabalhadores.

O novo governo de coalizão da Romênia está debatendo a legislação que exigiria que os cidadãos que vêm aos seus locais de trabalho apresentem um “certificado verde” – que é obtido por meio da vacinação completa, da apresentação de um teste negativo nas 48 horas anteriores ou de recuperação pelo vírus do PCC (Partido Comunista Chinês).

Os manifestantes, estimados em cerca de 2.500 pessoas, se reuniram na capital romena em frente ao prédio do Parlamento, agitando a bandeira nacional enquanto gritavam “Liberdade!”

Um pequeno grupo de manifestantes liderou um breve caos, destruindo carros, bloqueando o trânsito e tentando invadir o parlamento, antes de ser parado pela tropa de choque. Os manifestantes então foram embora e a polícia não precisou mais usar a força.

Paul, um manifestante que não quis revelar seu sobrenome, afirmou que os romenos “deveriam ter liberdade de escolha” em relação às injeções contra a COVID-19.

“É uma decisão médica, cada um deve decidir pela sua vida, considero que sou uma pessoa responsável”, afirmou Paul. “Acredito que passei pela doença e também há muitas perguntas sem resposta”.

Meninas em trajes tradicionais da região norte da Romênia participaram de um protesto contra o passaporte de vacinação para a Covid, em Bucareste, no dia 1º de dezembro de 2021 (DANIEL MIHAILESCU / AFP via Getty Images)
Meninas em trajes tradicionais da região norte da Romênia participaram de um protesto contra o passaporte de vacinação para a Covid, em Bucareste, no dia 1º de dezembro de 2021 (DANIEL MIHAILESCU / AFP via Getty Images)

Samuel Zarnescu, outro manifestante que compareceu no evento de terça-feira, expressou uma opinião semelhante à de Paul, explicando que ele acredita que as pessoas devem ser capazes de tomar suas próprias decisões sobre se devem ser vacinadas ou não.

“Se alguém acredita que a vacina é a única solução, é sua decisão se vacinar”, declarou Zarnescu. “Se você não acredita nisso, deve ter o direito de optar por não tomar a vacina”.

A Romênia, uma nação do Leste Europeu com uma população de cerca de 19 milhões de habitantes, é o segundo país menos vacinado da União Europeia em meio à desconfiança nas instituições estatais: aproximadamente 39% da população elegível foi vacinada em seu conjunto. Cerca de 2 milhões deles também receberam uma dose de reforço.

Nas últimas semanas, as infecções pelo vírus do PCC no país caíram significativamente para menos de 1.000 por dia, em comparação com mais de 13.000 em outubro e no início de novembro, de acordo com dados das autoridades de saúde.

A Romênia é agora considerada um país de “baixa preocupação”, de acordo com um relatório do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC).

O Ministério da Saúde romeno afirmou, em um comunicado de imprensa na segunda-feira, que a aprovação da lei sobre o certificado digital para a COVID-19 “deve levar em conta o interesse da saúde pública”, mas também atender ao “bom funcionamento da economia”.

“A certidão será introduzida quando houver um aumento sustentado de três semanas consecutivas no número de casos com coeficiente de 1,5 e será interrompida quando a tendência for decrescente e a incidência acumulada for inferior a 1”, afirmou o ministério no comunicado.

Desde o início da pandemia, há quase dois anos, mais de 58.200 pessoas perderam a vida no país devido ao vírus do PCC, e as autoridades da saúde confirmaram cerca de 1,8 milhão de casos.

Com informações da Associated Press.

Por NTD News

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