Milhares de pessoas protestaram em Lima, nesta quinta-feira (06), para expressar rejeição à “agenda progressista” da Organização dos Estados Americanos (OEA), que realiza a sua 52ª sessão regular da sua Assembleia Geral na capital peruana.
A passeata, organizada por movimentos sociais conservadores, começou nesta manhã no distrito de Lince, em Lima, e percorreu as ruas da cidade até se concentrar no exterior do Centro de Convenções de Lima, local das sessões plenárias do evento.
Dentro do edifício, os manifestantes podiam ser ouvidos gritando contra a ideologia de gênero e a legalização do aborto.
“Nesta Assembleia há uma agenda que visa introduzir no Peru uma agenda, como a ideologia do gênero, que vai contra o nosso quadro jurídico e o nosso quadro constitucional”, disse Juan Espejo, membro do chamado “bloco da vida e da família” do distrito de San Juan de Miraflores, em Lima.
O homem, rodeado por cartazes do grupo ultraconservador “Não se metam com os meus filhos”, afirmou que o protesto quer apelar à OEA para “cumprir o seu papel de defesa da família e de defesa da vida”.
“O Peru se ergue para dizer respeitosamente à Organização dos Estados Americanos que o Peru tem uma formação, uma educação, uma Constituição, e nela colocamos a família e a vida em alta. Somos contra o aborto”, declarou.
Os manifestantes, vestidos com bandeiras vermelhas e brancas, levavam cartazes com frases como “OEA, pare de intervir”, “O Peru resiste à ideologia de gênero”, “Sim à vida, não ao aborto” e outros que se referiam diretamente ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que dizia: “Almagro, ouça, vá à luta”.
A organização da 52ª Assembleia Geral da OEA gerou controvérsia no Peru desde o início, quando o Congresso rejeitou que o país sediasse a cúpula devido a um pedido de inclusão de um “banheiro neutro”, que os parlamentares conservadores consideraram uma intrusão na legislação interna peruana e parte de uma “ideologia de gênero”.
No final, o Legislativo inverteu a decisão, mas foi mais uma vez palco de polêmica na véspera do início da cúpula, quando um caminhão passou no exterior da sede com a mensagem: “OEA, as mulheres são definidas pela biologia, não pela ideologia”.
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