O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta terça-feira que está “no caminho certo” depois que o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, o qualificou ontem como um “erro histórico” durante sua mensagem anual à Assembleia Nacional venezuelana.
“Não esperava SEMELHANTE ELOGIO!!!”, escreveu o presidente argentino em sua conta na rede social X durante sua escala em Frankfurt, de onde seguirá por via terrestre até Davos, cidade onde participará da 54ª edição do Fórum Econômico Mundial.
Ao compartilhar um vídeo em que o líder venezuelano é visto durante seu discurso na segunda-feira perante o Parlamento, Milei argumentou que suas políticas estão “no caminho certo” se Maduro, a quem se refere como um “socialista empobrecedor”, pensa nele como “um erro na história da América Latina”.
Milei planeja chegar esta tarde à cidade localizada nos Alpes suíços, onde amanhã, quarta-feira, falará no Fórum com uma apresentação de meia hora sobre suas ideias libertárias na economia.
O governante argentino será apresentado por Klaus Schwab, fundador e diretor-executivo do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), instituição organizadora do conclave.
Maduro referiu-se ontem ao seu homólogo argentino, a quem descreveu como um “erro fatal” na história do seu país e da América Latina, devido às suas políticas econômicas, especialmente a redução do Estado.
“Não quero que se retifique, mas quero que receba essa mensagem, de que está errado (…) Você é um erro na história da América Latina, Milei, um erro fatal na história da Argentina”, declarou Maduro.
O líder socialista criticou que Milei, no poder desde 10 de dezembro, tenha eliminado vários ministérios com a convicção de que “ao encolher o Estado, a prosperidade nascerá por geração espontânea”.
“Você está errado, Milei (…) você foi colocado na Argentina para destruir o Estado de direito, para destruir o Estado, para destruir todos os direitos sociais e trabalhistas, para destruir a economia nacional e para colonizar a Argentina e entregá-la de joelhos ao imperialismo americano”, acrescentou.
A ascensão do liberal ao poder significou uma ruptura ideológica nas relações entre Caracas e Buenos Aires, que viveram tensões durante a presidência de Mauricio Macri (2015-2019) e voltaram à normalidade durante o mandato de Alberto Fernández.