O candidato a corrida presidencial argentina, Javier Milei, confirmou nesta sexta-feira que escolherá o economista Emilio Ocampo para dirigir e fechar o Banco Central da Argentina caso vença as eleições em 22 de outubro no país.
“Emilio Ocampo será o presidente do Banco Central, e sua missão é fechá-lo”, disse Milei à emissora de rádio “El Observador”.
Ocampo é professor universitário do Centro de Estudos Macroeconômicos da Argentina (CEMA) e pesquisador associado do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), um centro de análises políticas e econômicas dos Estados Unidos.
Ele é coautor de “Dolarización, una solución para la Argentina” (“Dolarização, uma solução para a Argentina” em tradução livre), livro que Milei usa como guia para seu plano de dolarização da economia.
“(O fechamento do Banco Central) depende do desmantelamento das Leliqs (letras emitidas pela entidade monetária), o que pode levar três meses. Agora, o que tem a ver com a base (monetária) leva mais tempo, porque tem a ver com as transações feitas”, acrescentou o candidato.
Milei indicou que outra dificuldade para dolarizar a economia surge em operações cambiais, já que o valor nominal da nota argentina mais alta (2 mil pesos) “não compra três dólares”.
“Portanto, há um problema operacional para obter as notas pequenas para realizar transações, mas uma vez que você converte dois terços da base (monetária), o processo é encerrado e dolarizado naquele momento”, explicou.
De acordo com o candidato, que concorre pelo partido A Liberdade Avança, o processo de troca da moeda local, o peso, por dólares americanos levaria 16 meses, mas mesmo assim “dependeria dos argentinos”.
“Os argentinos têm mais de US$ 200 bilhões armazenados e, quando esse dinheiro entrar em circulação, por exemplo, para pagar impostos, o Estado terá automaticamente moeda estrangeira disponível para dar andamento ao processo de dolarização”, alegou.
Essa transformação será monitorada por Ocampo, que faz parte da equipe de Milei desde agosto, depois que o candido venceu as primárias com 29,86% dos votos, à frente da coalizão de oposição de centro-direita Juntos pela Mudança (28%), cuja candidata é Patricia Bullrich, e da coalizão peronista União pela Pátria (27,28%), cujo candidato é o atual ministro da Economia, Sergio Massa.
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