O deputado por La Rioja Martín Menem, libertário e sobrinho do ex-presidente Carlos Menem, foi indicado pelo presidente eleito da Argentino, Javier Milei, para presidir a Câmara dos Deputados, enquanto no Senado o escolhido foi o senador eleito por Formosa Francisco Paoltroni, informaram neste sábado fontes oficiais do próximo governo.
“O presidente eleito, seguindo a tradição democrática dos últimos 40 anos, proporá o doutor Martín Menem como presidente da honorável Câmara dos Deputados da Nação e o senhor Francisco Paoltroni como presidente provisório do Senado da Nação”, indicou um comunicado da assessoria de imprensa de Milei.
Martín Menem, 48 anos, é advogado e empresário do ramo de suplementos alimentares para atletas e, a partir de 10 de dezembro, assumirá o cargo de legislador nacional e a presidência da Câmara, sendo o terceiro na linha de sucessão ao Executivo.
O legislador é sobrinho do ex-presidente Menem, um lendário neoliberal que estabeleceu a paridade entre o peso argentino e o dólar americano como solução para a hiperinflação dos anos 1990 e privatizou a maioria das empresas estatais, uma política econômica que Milei tentará emular.
Antes de ingressar nas fileiras da frente libertária A Liberdade Avança (LLA), o ‘jovem Menem’ fazia parte da União do Centro Democrático (UCEDE), facção conservadora libertária que foi forte na Capital Federal e na província de Buenos Aires durante a década de 1980 e a presidência de Menem.
Por sua vez, o escolhido para liderar o Senado, Paoltrini, 42 anos, é um consignatário de gado que fundou um partido local para destituir o governador de Formosa, reeleito sete vezes, Gildo Insfrán.
O agora senador ficou conhecido por oferecer ajuda financeira para que a população de Formosa pudesse regressar à província para votar durante as eleições legislativas de 2021. Segundo o que havia dito, estava disposto a ajudar mais de 120 mil pessoas com o seu próprio dinheiro para que eles pudessem votar.
A decisão de Milei dissipou as chances da coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança de ter seu próprio líder comandando a Câmara dos Deputados, onde o ex-presidente Mauricio Macri pretendia colocar Cristián Ritondo, o chefe do bloco, como parte dos acordos de governança após o segundo turno.
Desta forma, também foram descartadas as chances de incluir um peronista dissidente como Florencio Randazzo, ex-ministro do Interior e dos Transportes durante os mandatos de Cristina Kirchner, que poderia ajudar a LLA a negociar com governadores provinciais e outros peronistas não kirchneristas.
“Como tem acontecido historicamente, a linha de sucessão permanecerá composta por membros do partido político no poder”, completou o breve comunicado da assessoria de imprensa de Milei.
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