Em sua estreia na cúpula do Mercosul, o presidente argentino Javier Milei adotou um tom crítico ao abordar os pilares que sustentam o bloco regional.
Durante o encontro em Montevidéu, nesta sexta-feira (6), ele direcionou suas críticas ao sistema de tarifas comuns, apontando-o como um entrave ao pleno desenvolvimento econômico dos países membros.
Para Milei, o Mercosul, concebido inicialmente para fortalecer os laços comerciais entre as nações integrantes, acabou se transformando em um bloqueio ao progresso regional.
Ele descreveu o bloco como uma “prisão” que limita tanto as oportunidades de exportação quanto o crescimento das indústrias locais.
“O Mercosul, que nasceu com a ideia de aprofundar nossos laços comerciais, terminou se convertendo em uma prisão em que os países membros não podem aproveitar vantagens comparativas e seu potencial exportador”, declarou.
O presidente também destacou o isolamento prolongado do Mercosul, ressaltando o tempo despendido para finalizar as negociações do acordo de livre-comércio com a União Europeia.
Apesar do anúncio desse tratado como um feito “histórico”, Milei enfatizou que sua aplicação prática ainda está distante de se tornar realidade.
Além disso, o líder argentino argumentou que o sistema de tarifas comuns, criado para regular as taxas de mercadorias no interior do bloco, gerou efeitos adversos.
Segundo ele, essas tarifas encareceram as indústrias argentinas, dificultando tanto sua competitividade quanto a qualidade de vida da população.
“Nós nos fechamos no nosso próprio aquário, levando mais de 20 anos para chegar ao acordo que hoje celebramos e que ainda está longe de ser uma realidade”, afirmou.
Fiel a sua agenda, o presidente defendeu a redução da intervenção estatal na economia e um movimento mais decidido em direção à integração global, reforçando sua visão de que a abertura econômica é essencial para o crescimento e a prosperidade do país.
Com a liderança de Milei, a Argentina agora se posiciona como um dos principais defensores da abertura do Mercosul, uma tendência que deve ser reforçada por sua proposta de acordos de livre-comércio com países como os Estados Unidos.
“Espero que, sem as vendas ideológicas, tenhamos a honestidade intelectual de nos fazer as perguntas difíceis e a coragem de tomar as decisões necessárias”, concluiu.
