O presidente da Argentina, Javier Milei, chamou de “heróis” os empresários que ouviram seu discurso no Fórum de Davos (Suíça) nesta quarta-feira e afirmou que o “Estado não é a solução, mas o próprio problema”.
“Vocês são os criadores do maior período de prosperidade que já experimentamos”, disse Milei aos empresários, depois de chamá-los de benfeitores sociais, aos quais recomendou que não cedam ao avanço do Estado.
Em um discurso de meia hora, que o presidente argentino iniciou dizendo que o Ocidente está em perigo devido ao avanço do socialismo sobre o capitalismo de livre iniciativa, recomendou que os empresários não se deixem intimidar nem pela casta política nem pelos parasitas que vivem do Estado, porque eles (empresários) são os protagonistas dessa história.
Milei – que assumiu a presidência da Argentina por quatro anos no dia 10 de dezembro com os princípios do libertarianismo, ou seja, defesa da vida, da liberdade e da propriedade – anunciou aos empresários que a partir de hoje eles podem contar com seu país como um aliado incondicional.
O discurso de Milei começou pouco depois das 15h45 (horário local, 11h45 em Brasília), após ser apresentado por Klaus Schwab, fundador e diretor-executivo do Fórum Econômico Mundial, que o qualificou como uma pessoa interessante de se ouvir e que deu um novo espírito à Argentina, ao tornar o país mais conectado com empresas e atividades comerciais livres, trazendo-o de volta ao Estado de Direito.
O presidente argentino defendeu o capitalismo de livre iniciativa como a única ferramenta para acabar com a fome, diante daqueles que demonizam um sistema que tirou 90% da população mundial da pobreza rapidamente.
O presidente explicou que, por essa razão, a “doxa de esquerda” o atacou em questões de moralidade, dizendo que ele é individualista, ao passo que o coletivismo é bom porque é altruísta e luta para uma política social para com os demais.
Milei afirmou que esse tem sido o discurso político há cem anos em seu país, preso nesta espiral descendente em que a cada dia está mais pobre, porque a justiça social não é justa e não contribui para o bem-estar geral, sendo intrinsecamente violenta, porque os impostos com os quais é financiada são cobrados de forma coercitiva.
O presidente argentino pediu um confronto com aqueles que defendem, segundo ele, “o socialismo empobrecedor, que tem sido um fracasso em termos econômicos, sociais e culturais e, além disso, assassinou mais de 100 milhões de seres humanos”.
“Os coletivistas não propõem liberdade, mas mais regulamentação”, criticou, ao considerar comunistas, fascistas, nazistas, socialistas, social-democratas, democratas cristãos e globalistas, entre outros, como variantes coletivistas.
“Os socialistas trocaram a luta de classes por outros supostos conflitos que também são prejudiciais ao sistema econômico, como as agendas do feminismo e do meio ambiente”, acrescentou.
Antes de sua apresentação, Milei teve uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, encontro que ele descreveu como excelente.
Milei viajou para o fórum, que reúne mais de 2.800 líderes de 120 países, acompanhado de sua chanceler, Diana Mondino; do ministro da Economia, Luis Caputo; do chefe de gabinete, Nicolás Posse; e da secretária geral da Presidência e sua irmã, Karina Milei.