Por Pachi Valencia
O México assinou um acordo de cooperação com o regime cubano para levar médicos cubanos ao país como parte dos programas de cooperação entre os dois países. Este novo acordo foi firmado após a demissão em massa de funcionários mexicanos do setor de saúde em 2018 pelo governo López Obrador.
O primeiro grupo de cubanos previsto para viajar ao México chegará “no final de setembro para se adaptar à idiossincrasia e cultura locais”, disse Jesús Corona Damián, prefeito de Cuautla, em um comunicado publicado pelo Diario de Morelos.
O Instituto Mexicano de Seguro Social (IMSS) assinou um acordo em 28 de junho com a presença do Ministro de Saúde Pública de Cuba, José Ángel Portal Miranda, e do chefe de assessores da presidência mexicana, Lázaro Cárdenas Batel.
O acordo inclui a colaboração entre os dois países nas áreas de ciência, saúde e pessoal médico.
El director general del #IMSS, @zoerobledo, y el coordinador de asesores de la Presidencia, Lázaro Cárdenas Batel, se reunieron con el Ministro de Salud Pública de Cuba, @japortalmiranda, para fortalecer la relación histórica y de colaboración entre ambos países en esta materia. pic.twitter.com/kk5Mcp7n0d
— IMSS (@Tu_IMSS) June 28, 2019
Mais de 10 mil trabalhadores mexicanos do setor de saúde foram demitidos como resultado do programa de austeridade anunciado por AMLO para “combater a corrupção”, disse Milenio. No entanto, as negociações do governo mexicano com o regime cubano começaram em setembro de 2018, segundo o jornal CubaNet.
O chefe de assessores da presidência mexicana, Lázaro Cárdenas Batel, negociou com membros do partido político de esquerda brasileiro fundado por Lula, o Partido dos Trabalhadores (PT), encarregado do estabelecimento do programa Mais Médicos sob o governo Dilma Roussef, para que os profissionais de saúde cubanos que trabalharam no Brasil fossem agora para o México, de acordo com informações da PanamPost.
Controvérsia com programa “Mais Médicos”
Em novembro de 2018, o Brasil encerrou o contrato com Cuba para o programa “Mais Médicos”, que durou cinco anos e envolveu cerca de 15 mil médicos cubanos lotados em mais de mil municípios localizados em áreas de difícil acesso no Brasil.
No final daquele mês, um grupo de médicos cubanos entrou com uma ação coletiva junto ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Miami contra o regime dos Castro por tirar vantagens deste programa no Brasil.
O regime ficava com toda a renda paga ao pessoal cubano e dava apenas uma fração da renda, deixando a outra parte do salário em uma conta que o trabalhador só podia acessar se retornasse a Cuba. Estima-se que o regime de Castro arrecadou em salários cerca de US$ 7,2 bilhões por ano desde 2017, de acordo com o novo Relatório sobre Tráfico de Pessoas (ITP) preparado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos em 20 de junho de 2018.
Os cubanos afirmaram que trabalhavam longas horas sem descanso e que suas condições de trabalho e vida eram muito precárias em algumas áreas onde ofereciam serviço.
“As missões médicas cubanas são um pretexto para uma intervenção real, como aconteceu no caso da Venezuela”, disse Luis Almagro, secretário geral da OEA. Ele acrescentou que “eles são um disfarce para a maior fonte de ganhos em divisas do regime cubano”.
Ele também afirmou que os lucros vêm do “tráfico de dezenas de milhares de pessoas que são forçadas a viajar para o exterior, sem saber seu destino, tendo seus passaportes retidos, controlados por agentes de inteligência, onde a maior parte de sua renda é confiscada pelo regime ditador cubano”.
“É um sistema moderno de escravidão que não pode ficar impune. Este modelo constitui outra violação sistemática dos direitos humanos cometida pelo regime cubano”, concluiu.
Fontes próximas ao governo mexicano dizem que a chegada de 6 mil médicos cubanos é esperada para o acordo de cooperação.