O governo mexicano negou nesta quinta-feira que um homem tenha morrido de gripe aviária no país, como afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira passada, e acusou a entidade de emitir um comunicado “bastante ruim” no qual informava a primeira morte humana do mundo pelo vírus AH5N2.
“Posso assinalar que o comunicado emitido pela Organização Mundial da Saúde é bastante ruim porque desde o início fala de um caso fatal, o que não foi o caso. Ele morreu por outra causa e sem ter sido descartado, e apenas marginalmente diz que o risco neste caso é baixo”, declarou o secretário de Saúde, Jorge Alcocer.
Na entrevista coletiva matinal do governo, o secretário disse que o homem de 59 anos mencionado pela OMS morreu em 24 de abril por complicações decorrentes de diabetes e insuficiência renal, mas não pelo vírus AH5N2.
O chefe da Secretaria de Saúde (SSa) anunciou que nesta quinta-feira haverá uma reunião com o órgão internacional “para esclarecer” a declaração que anunciou a morte do homem “como o primeiro caso humano confirmado em laboratório de infecção pelo vírus da gripe AH5N2 relatado globalmente”.
“Essa é uma nota que deve ser tomada com cautela porque não está precisa”, opinou Alcocer.
O funcionário reconheceu que “a causa” da morte “não foi especificada, mas basicamente é uma insuficiência renal e respiratória que ocorreu em questão de horas”.
A vítima, de acordo com informações da OMS, era um homem do Estado do México que morreu enquanto recebia atendimento no Instituto Nacional de Doenças Respiratórias (INER) no sul da Cidade do México, após dias de febre, dificuldade para respirar, diarreia, náusea e mal-estar geral.
Após sua morte, “basicamente o que foi coletado foram amostras e em uma das amostras foi encontrado o vírus AH5N2, que está ligado à gripe aviária”, disse o secretário de Saúde.
“Nesse caso, poderia ser um alerta epidemiológico, no caso das ações que são dadas para os trabalhadores que atendem aves e que trabalham com elas, mas esse paciente não tinha nada disso, ele veio do Estado do México por causa dessas manifestações de outro tipo”, argumentou.
De acordo com o secretário, “até o momento não há evidências de transmissão entre humanos” e o paciente “não tem histórico de contato familiar” ou de seu ambiente próximo para explicar a infecção.
Ele também afirmou que a Diretoria de Epidemiologia avaliou “todos esses contatos”.
“Portanto, e eu enfatizo, não há razão para evitar comer frango ou seus derivados ou para se preocupar com isso”, disse.
Horas antes, a OMS realizou um seminário em Genebra, onde especialistas pediram um alerta para possíveis novos casos após o caso no México, embora tenham enfatizado que o risco de infecção humana continua baixo.